quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Eu no escurinho do cinema.

sempre gostei muito de cinema, muito mesmo. mas pouso alegre não me ajudava e não tinha nem um cinema decente pra eu frequentar. o resultado disso eram filmes de almodóvar que eu alugava e que meu pai comentava "tenho vergonha de ver isso com você."

Bauru foi um progresso, e eu morava na esquina de um shopping.
aqui em Curitiba eu também dei sorte, moro a três quadras de dois cinemas alternativos, e muito perto de grandes redes de cinema. qué dizê: dá pra gastar uma grana.
a minha sorte é que meu cinema preferido é o daqui do lado: vou a pé, pela rua mais bonita de curitiba, ouvindo passarinho cantar e vendo gente GATA no pub da esquina e ainda pago meia com o meu cartão ItauCard (abafa).

outra coisa que senti muita diferença: em Bauru eu pagava meia e tipo, muito barato.
em Curitiba, tem cinema e sessão que chega a custar R$30 (OUCH!).

enfim, tudo isso pra dizer que eu adoro, quase como um prazer descomunal, ir sozinha ao cinema, em sessão médio-vazia e não precisava me agarrar a nada nem ninguém além da minha água com gás. depois, quando os crédito sobem, eu não preciso falar o que eu achei do filme com ninguém, a não ser comigo mesma.
é meio egoísmo, eu sei, mas fazer o quê. às vezes é bom.
e eu acho que gosto tanto e me dá tanto prazer justamente porque foi dessa maneira que aprendi a ficar comigo.

os últimos filmes que eu vi me tocaram muito. foi um atrás do outro (alguns, literalmente) e nem sempre estava sozinha (tcharãm!). por isso, resolvi escrever um pouco sobre cada um deles.


Larry Crowne é um filme delicioso. parece um Amelie Poulain americano, mas consegue ser autônomo. Tom Hanks tá uma coisa de ator. é filme gostoso, que não tem climax bad trip pra depois dar tudo certo. lindo do tipo que faz todo mundo sair do cinema abraçado e sorrindo (abraçada = eu + água com gás.)

foi depois dele que fui direto pro Gainsburg (não vou colocar o resto do título do português porque ô mania de brasileiro de FODER - desculpa - com nome de filme.).


não tava esperando muita coisa porque como entrei correndinho, não li a sinopse. então foi uma delícia ir descobrindo o personagem e o filme. do nada, começara a aparecer beldades que eu conhecia (iei!) na história. entre tantas como Brigit Bardot, os pontos altos foram dois: primeiro, quando Jane Birkin entrou na história e eu fiquei olhando pro lado, pra ter alguém pra quem falar "é a Birkin! Hermès fez uma bolsa em homenagem a ela, sabe... aquela que custa 30 pau?". mas eu tava sozinha, então me contentei a ficar feliz de saber a história. detalhe bacana: a história da bolsa não aparece, mas na cronologia dá pra reparrar ela de cesta de pic-nic e, depois, ela com a Birkin (todas morre). depois quando começa a tocar a música famosa, dos gemidos e Je taime - e eu queria pegar o telefone e ligar pra minha mãe porque TODA santa vez que eu escuto essa música, eu lembro dela falando que essa música foi o maior bafafá na época, aquele tanto de gemido e tal e coisa. enfim, surpresas agradáveis pra um filme incrível, de fotografia marcante e músicas gostosas.


depois disso, vi Melancolia e my oh my. Lars Von Trier é tipo Dilma: uns amam outros odeiam, mas tá sempre causando. eu fiquei mini nervosa no começo: tudo em camera lenta, com música instrumental. dá pra ficar tonto, então se você tem labirintite, fica a dica. o filme é um escândalo. é muito bem feito e tem Charlotte Gainsburg na telona: aquela atriz que você fica olhando e ora acha incrivelmente bonita, ora acha incrivelmente feia - o bafão é que ela é filha do Serge ali de cima com a Jane, e eu nem sabia. fui descobrir depois (quantas Birkin será que ela tem, han?). ela fez um filme do Michael Gondry incrível, que se chama The Science of Sleep e é lindo de doer. além disso, ela também fez um dos meus filmes preferidos, 21 gramas. qué dizê: eu acho que ela apavora.
voltando... um resumão do filme é bem assim: se você parar de florear e enxergar a vida como ela é, você vai ser uma pessoa triste. e não me venha filosofar ao sabor de um bom vinho no quintal de casa. ponto. filme bom, mas para poucos.

depois disso parti pra dois filmes engraçadinhos, pra ir com amigos: Professora Sem Classe e Missão Madrinha de casamento. o primeiro cumpe um clichê bastante batido que tem hora que dá raiva - inclusive da beleza ageless de Cameron Diaz - mas ok pra um domingo à noite. e o segundo foi uma surpresa incrível.


ri até dizer chega - e tinha horas em que não sabia se o cinema inteiro estava rindo COMigo ou DE mim. ri de chorar, pra ser literal. tem a Sookie de Gilmore Girls num papel amazing de exagerado e a protagonista, Kristen Wiig, de quem eu nunca tinha ouvido falar, manda muito bem. é divertido, engraçado, bonito e leve. eu ficava olhando e pensava "não acaba, não acaba, não acaba". me arrisquei a falar pra uma amiga que é o Se Beber Não Case das meninas, mas não chega a tanto. é engraçadíssimo e delicisioso, mas não chega a ser how bizarre. vale a pena. demais. mas vá acompanhado.

(calma, tá quase acabando). depois disso, rolou uma tarde de greve dos bancários no cinema. o meu melhor amigo de curitiba (beijo, Eriquinho) tinha voltado da Itália (tá meu bem) e fomos num cinema alternativo que eu nunca vou, pra assistir a um filme italiano.

vou abstrair o fato de que em italiano ele chama Io Sono L'Amore (Eu sou o amor - nem precisa ser Andrea Bocelli pra descobrir né) e de que foi traduzido pro portuguese como Um sonho de amor. mas só vou abstrair porque o filme é um BAFO - foi a única palavra que eu Eric conseguimos falar por um bom tempo depois de rodar os créditos. só homem lindo, Luise tá passando bem, obrigada (beijo, Lu). acho que vou mudar meus atores preferidos. fora isso um figurino IMPECÁVEL, muitas Birkins pra lá e pra cá, Hermès mostrando que crise européia é o que mermo?. enfim. um roteiro lindo, todo focado em detalhes, que relembra muito o cinema italiano puro. tem crítico dizendo que o filme é a volta do cinema italiano - e eu assino embaixo. a música e o cenário também são um desbunde, imagine você se não. o trama, nem se fala. o que me deixou bastante chateada, no entanto, foi descobrir que o filme é de 2007 (oi?) e que só chegou agora no Brasil. TEMÇO, como diria Katylene.

o úlimo foi Pronta Para Amar, com a foooooofa da Kate Hudson e com o deuso do Gael Garcia Bernal (que faz par romântico com a Charlotte, em The Science of Sleep - adoro como meus preferidos se encontram nas telonas). o filme tem tudo de lindo e de triste. já avisei no facebook pra ir em sessão vazia porque chorei horrores (e o Eric, que tava comigo, de novo, também chorou, oi Eric!). a sinopse entrega a trama. eles se apaixonam mas ela tá com câncer. eu achei que eu tinha chorado horrores porque recentemente passei por uma situação com essa doença na família e a família inteira sofreu muito. mas depois de digerir o filme, ficou claro que é porque é lindo. tem o ritmo de filminho gostoso de Hollywood, mas o final surpreende porque é previsível, mas não pra um filme de Hollywood. inspirador e lindo. perfeito pra uma TPM - mhua.

depois disso, estou meio sem dinheiro (jura?) e agradecendo porque amanhã é sexta e estréia um monte de filme novo - monte assim: que eu não vi e tô afim de ver, são três.
fora isso comprei um box da Audrey que pretendo devorar logo em breve (musa forever) e também comprei o Never Let Me Go que promete choro, también. portanto, que subam os créditos, por hoje, já escrevi demais.

Um comentário:

Lê Vilhena disse...

Amigaa preciso colocar o seu blog nos favoritos! Me delício com as suas dicas, causos e contos...
Te vejo falando cada palavra, cada linha e imagino vc chorando de rir!rs
Saudades always beibe!
Amo-te =)