terça-feira, 6 de setembro de 2011

tem essa história do meu vô que minha mãe conta.

eles moravam numa casa com eletricidade de um jeito diferente, movido a água (não sei explicar, eu sou da época do interruptor.).

tinha lá em cima a caixa d'água e pra desligar a luz tinha que puxar uma corda pra tampar a vazão de água.
eis que numa noite de temporal, na hora de puxar a cordinha, algum graveto deve ter enrosacado, porque a luz não apagou.

e lá foi o vô Lando morro acima, chuva abaixo, tirar o tal do gravetinho pra fechar a água e apagar a luz.

eu fico imaginando o vô Lando, alto e magro, subindo o morro lá da roça. fico imaginando ele pegando o gravetinho e, ao invés de xingar, rir.

rir porque aquilo era praticamente uma pegadinha da vida.

eu não sei se ele morreu de preguiça de subir o morro. eu não sei se ele foi xingando Deus e o mundo. eu não sei se ele riu ou quase chorou quando pegou o gravetinho.

mas eu imagino o vô assim. rindo.

e fazendo serra-serra-serrador comigo, no outro dia de manhã, na cadeira de balanço.

se eu não me lembro mesmo, deixa eu lembrar do jeito que eu acho que é.

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