sábado, 31 de dezembro de 2011

Que a evolução continue.

2011 foi um ano ANIMAL.

Fui morar em Curitiba e olha, vou te falar que perdi as contas de quantas vezes olhei passagem pra cá, quando eu morava eu Bauru. Gosto de árvore, de céu e de verde. Hello-o, olha onde eu vim parar né? Nem tinha assinado o meu diploma, já tinha assinado um contrato de trabalho, mas não um contrato qualquer, um contrato que me dava direito a um ano e meio de treinamento, um ano e meio de cursos e um ano e meio de oportunidades de aprender. Sai da faculdade para aprender, e consegui essa vaga dentre 20 mil outros sonhadores. Muito bom aprender fazendo, ainda mais pra uma ariana, né? Como se isso já não bastasse logo nos dois primeiros meses do ano, tive SORTE. E aqui cabe uma pausa porque pra mim sorte = preparação + oportunidade - e não a sorte da loteria. Estava preparada e tive a oportunidade de em pouco tempo assumir uma área e uma equipe incrível de maravilhosa, pra fazer o que eu amo, com gente que eu gosto... my lord, como eu sou agradecida.
Convivi diariamente com gente que tem crise de riso, que manda email com homens maravilhosos e olhares sedutores, que toca a música que eu quero na balada só pra me ver dançando. convivi diariamente com ligações "encurta-saudade" e com pessoas que adimiro tanto, que até tenho medo de vez em qdo. convivi com pessoas simples de coração, ricas de caráter e extremamente humanas em every single gesto.

ouvi tanta coisa bonita de mim mesma que comecei a me ver diferente. ouvi que eu era gentil, que eu era engraçada, que eu era rápida, que eu fazia a diferença e até que "meu jeito de andar era diferente". e isso não me fez nem melhor nem pior do que ninguém, me fez eu mesma gostando ainda mais dessa eu mesma.

em 2011, cheguei em casa amanhecendo e fui dormir antes de escurecer. estive em parques, museus, restaurantes e sorveterias (muitas delas, com menção honrosa ao sorvete de pistache do Freddo). mas também estive na minha cama, no meu sofá, em cada por do sol da minha janela, na academia com o meu pesonal mala me chamando de duracell e com aquele carinha bonitinho que só usa o tênis marrom. estive na casa da minha avó, do meu irmão, da minha outra avó, dos meus primos queridos e dos meus pais. o mais importante, é que eu estive comigo mesma, e estive em cada um desses lugares com o coração cheio de amor, por poder simplesmente estar.

Quase no finalzinho do ano, quando eu achei que 2011 não traria mais nenhuma surpresa, ele me tirou o fôlego com o Natal que eu sempre sonhei. Não fui pra Paris, não vi neve em Nova York e não dei pra minha mãe e pro meu pai o Mundo (sorry, guys), mas estive em harmonia com uma família pequena, mas querida, que fes questão de estar junto e celebrar a vida. Nossa árvore estava lotada de presentes, mas os nossos corações transbordavam alegria, e esse, Papai Noel, foi o melhor presente que você me deu em 23 anos - acho que me encontrar pelas redes sociais te ajudou, né?

Mas 2011 também me deu muita insônia, algumas desilusões e sim, momentos de tristeza. trouxe lágrimas aos meus olhos e uma dor no coração que mais parecia física. a todos esses momentos, 2011, eu sou grata: porque eles me fizeram melhor, mais forte - e talvez até mais gorda, já que o que não mata, engorda.

2011 foi animal e o melhor é que ele foi tão bom, que me deu esperanças de um 2012 ainda mais animal. em 2012 verei foo fighters, los hermanos e ainda terei fôlego - e meses - para fazer muito mais, como visitar a terra da rainha, a terra do croissant, a terra do falar em gestos e a terra do Almodóvar. se 2012 me permitir, ainda verei duas amigas se formar, um recém-e muito querido amigo se casar, e muita gente comemorar vitórias, conquistas e sonhos realizados.

No final de tudo, nesse balanço-catarse, entendo que estive com todas as minhas forças vivendo e fazendo um 2011 meu. Mas tenho plena consciência de que a partir de hoje, à meia noite, não sou eu que estarei em 2011, mas ele que estará comigo - em formato de lembrança e esperança.
No final de tudo, de novo, lembro daquele filme que em 2006 me instigou a estudar alemão por amor e que dizia assim: Jedes Hertz ist eine revolutionäre Zelle ou, cada coração é uma célula revolucionária (e quero ver você ler essa frase e não ter uma vontade apaixonada de falar essa língua!).

2011, OBRIGADA. E 2012, seja bem vindo. Meu coração está aberto e a casa é nossa. Pode pegar na minha mão porque eu gosto, e não se importe se eu chorar porque eu sou sentimental. Não quero que você seja igual a 2011 e nem que você se compare com ele. Be true to yourself e faça a sua festa.

Ah, só mais uma coisinha: não preciso listar todos aqueles amigos e queridos que eu também quero que te recebam com o coração aberto né? Isso porque pra mim, você e Deus sabem de tudo e eu nem preciso falar. Só tenho um último pedido, que vem tipo promoção de supermercado 2 em 1: como disse meu irmão querido e exemplo de ética na minha vida, deixe que a evolução continue! Em mim, no meu coração, na minha casa, nas minhas ações. E por falar em ação, me ajude a fazer o que minha mãe tão amada me disse dias atrás: preocupe-se mais com SÁBIAS ATITUDES e menos com SÁBIAS PALAVRAS. Por mais que eu goste das sábias palavras, acho que ela tem razão né?

É só isso, e acho que já disse muito.
Vem, vem. Tem doce de leite na geladeira e muita esperança no coração. Fica à vontade.

domingo, 18 de dezembro de 2011

protagonista sozinha da ceia de Natal

eu gosto muito do Natal. muito mesmo.
tanto que a melhor maneira de definir o quanto é tipo assim: queria que fosse semana de Natal toda semana. queria que todos os meses fossem Dezembro pra gente viver com essa alegria de final de ano, com esse monte de luzinha transformando qualquer bairro numa Chaps Elysees.

lembro que quando eu era criança e meu pai me levava na locadora, eu gostava de desenho do Mickey com tema de natal.
essa coisa de mesa posta, árvore montada e gente rindo em volta dela sempre foi a minha idéia perfeita de natal.

natal me lembra família reunida e até pouco tempo atrás era a única época que a família se reunia por completo, porque hoje em dia nem isso.

mesmo assim, eu continua me esforçando e tentando fazer com que continue sendo o tempo da família, da mesa, da árvore e das risadas.
fico triste por pensar que ás vezes estou sozinha nessa cena, tentando trazer todo mundo ao clima, quando eles mesmo não querem estar.

eu me assusto com gente que não consegue sentir esse espírito natalino que eu sinto. e com certeza muita gente se irrrita com a minha felicidade exagerada no Natal.

esse ano não tem amigo secreto, não tem tia vandinha fazendo todas as comidas da época. não tem alguém de lá de longe e não tem gente reclamando da viagem, do cansaço, da falta de colchão, de gente cantando na garagem, da luz acesa, da conversa alta.

esse ano vai ter churrasco ao invés de ceia e com certeza alguém vai dormir antes da meia noite.

mas esse ano eu não quero ser protagonista sozinha da minha ceia inventada. esse ano eu não quero pensar que pode ser o último, e eu não quero ficar triste depois, em pensar que poderia ter sido diferente.

esse ano, eu tô pegando um avião pra ir pra casa, e tô aqui, olhando do 16o andar, chorando, triste de não estar lá, feliz de estar aqui, e pensando que mesmo que eu seja a única presente, o Natal vai ter árvore, mesa e gente rindo em volta deles. porque mais do que existe, ele existe em forma de amor dentro de mim.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

era aniversário da Julia Moretti e a gente tinha ido no supermercado comprar coisas pra fazer lasanha. o pai dela tinha acabado de se separar e tava morando num prédio perto da minha casa, com uma sacada boa e um monte de colchão na sala, do jeito que a gente gosta.

na volta do supermercado a Julia ficou lá embaixo esperando a mocinha do jornalismo na UnB que eu esqueci o nome, e eu subi com a Elisa e com a chave. tentei abrir a porta, mas a chave não rodava, a porta não abria... até que percebi que tava no andar errado, no apartamento errado.

subi correndo e ela foi atrás de mim, rindo, até que a gente chegou no apartamento certo.

lasanha pronta e janta feita, não me lembro de mais nada.
não lembro. lembro de umas fotos que tiramos no dia e até a roupa que eu tava, mas nao lembro do que fizemos - que filme vimos, que música cantamos, sobre o que falamos...

mas ela tava lá, com o sorriso tão puro e tão fácil, com jeito de quem não magoa, de quem não fere.

o que houve, então, pra que se ferisse assim, de forma tão grave?

Elisa, a menina da rua de cima da casa da Julia, de fala mansa e sorriso fácil se foi. se foi porque quis ou porque quiseram. mas se foi.

virou fruta daquele tipo de fruta que é flor.
e que assim seja, pra sempre.
amém.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Questão de sobrevivência

Quebrei a abstinência do cinema com um que vale a pena. A Pele Que Habito, de Almodóvar, é a prova de que o diretor consegue, a cada filme, se reinventar e superar na arte de chocar.

Ele, que materializa o tipo de filme que meu pai chama de "não assistiria isso com você", poupou-nos dos escândalos deslavados como em Tudo Sobre Minha Mãe e, dessa vez, choca por dentro, no íntimo, no que é de cada um, e só de cada um.


Almodóvar que, pra mim, sempre soube trabalhar as personagens femininas com muita delicadeza, como se as tivesse na palma da mão, traz companhia e representa, nesse último filme, a humanidade inteira empinhocada entre os dedos.

No fim, a mensagem é clara - e que pena que precisamos resgatar de forma tão brusca algo que deveria ser tão claro.

Independente de suas mudanças, do que o mundo faz com você ou do que você faz com o mundo, a sua essência, o seu interior, e o que há de mais íntimo, é o que te caracteriza. É isso que te faz como é.

Lutar pra perservar o íntimo individual é muito mais do que vaidade, é uma questão de sobrevivência. Cada vez mais cotidiana.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Eu no escurinho do cinema.

sempre gostei muito de cinema, muito mesmo. mas pouso alegre não me ajudava e não tinha nem um cinema decente pra eu frequentar. o resultado disso eram filmes de almodóvar que eu alugava e que meu pai comentava "tenho vergonha de ver isso com você."

Bauru foi um progresso, e eu morava na esquina de um shopping.
aqui em Curitiba eu também dei sorte, moro a três quadras de dois cinemas alternativos, e muito perto de grandes redes de cinema. qué dizê: dá pra gastar uma grana.
a minha sorte é que meu cinema preferido é o daqui do lado: vou a pé, pela rua mais bonita de curitiba, ouvindo passarinho cantar e vendo gente GATA no pub da esquina e ainda pago meia com o meu cartão ItauCard (abafa).

outra coisa que senti muita diferença: em Bauru eu pagava meia e tipo, muito barato.
em Curitiba, tem cinema e sessão que chega a custar R$30 (OUCH!).

enfim, tudo isso pra dizer que eu adoro, quase como um prazer descomunal, ir sozinha ao cinema, em sessão médio-vazia e não precisava me agarrar a nada nem ninguém além da minha água com gás. depois, quando os crédito sobem, eu não preciso falar o que eu achei do filme com ninguém, a não ser comigo mesma.
é meio egoísmo, eu sei, mas fazer o quê. às vezes é bom.
e eu acho que gosto tanto e me dá tanto prazer justamente porque foi dessa maneira que aprendi a ficar comigo.

os últimos filmes que eu vi me tocaram muito. foi um atrás do outro (alguns, literalmente) e nem sempre estava sozinha (tcharãm!). por isso, resolvi escrever um pouco sobre cada um deles.


Larry Crowne é um filme delicioso. parece um Amelie Poulain americano, mas consegue ser autônomo. Tom Hanks tá uma coisa de ator. é filme gostoso, que não tem climax bad trip pra depois dar tudo certo. lindo do tipo que faz todo mundo sair do cinema abraçado e sorrindo (abraçada = eu + água com gás.)

foi depois dele que fui direto pro Gainsburg (não vou colocar o resto do título do português porque ô mania de brasileiro de FODER - desculpa - com nome de filme.).


não tava esperando muita coisa porque como entrei correndinho, não li a sinopse. então foi uma delícia ir descobrindo o personagem e o filme. do nada, começara a aparecer beldades que eu conhecia (iei!) na história. entre tantas como Brigit Bardot, os pontos altos foram dois: primeiro, quando Jane Birkin entrou na história e eu fiquei olhando pro lado, pra ter alguém pra quem falar "é a Birkin! Hermès fez uma bolsa em homenagem a ela, sabe... aquela que custa 30 pau?". mas eu tava sozinha, então me contentei a ficar feliz de saber a história. detalhe bacana: a história da bolsa não aparece, mas na cronologia dá pra reparrar ela de cesta de pic-nic e, depois, ela com a Birkin (todas morre). depois quando começa a tocar a música famosa, dos gemidos e Je taime - e eu queria pegar o telefone e ligar pra minha mãe porque TODA santa vez que eu escuto essa música, eu lembro dela falando que essa música foi o maior bafafá na época, aquele tanto de gemido e tal e coisa. enfim, surpresas agradáveis pra um filme incrível, de fotografia marcante e músicas gostosas.


depois disso, vi Melancolia e my oh my. Lars Von Trier é tipo Dilma: uns amam outros odeiam, mas tá sempre causando. eu fiquei mini nervosa no começo: tudo em camera lenta, com música instrumental. dá pra ficar tonto, então se você tem labirintite, fica a dica. o filme é um escândalo. é muito bem feito e tem Charlotte Gainsburg na telona: aquela atriz que você fica olhando e ora acha incrivelmente bonita, ora acha incrivelmente feia - o bafão é que ela é filha do Serge ali de cima com a Jane, e eu nem sabia. fui descobrir depois (quantas Birkin será que ela tem, han?). ela fez um filme do Michael Gondry incrível, que se chama The Science of Sleep e é lindo de doer. além disso, ela também fez um dos meus filmes preferidos, 21 gramas. qué dizê: eu acho que ela apavora.
voltando... um resumão do filme é bem assim: se você parar de florear e enxergar a vida como ela é, você vai ser uma pessoa triste. e não me venha filosofar ao sabor de um bom vinho no quintal de casa. ponto. filme bom, mas para poucos.

depois disso parti pra dois filmes engraçadinhos, pra ir com amigos: Professora Sem Classe e Missão Madrinha de casamento. o primeiro cumpe um clichê bastante batido que tem hora que dá raiva - inclusive da beleza ageless de Cameron Diaz - mas ok pra um domingo à noite. e o segundo foi uma surpresa incrível.


ri até dizer chega - e tinha horas em que não sabia se o cinema inteiro estava rindo COMigo ou DE mim. ri de chorar, pra ser literal. tem a Sookie de Gilmore Girls num papel amazing de exagerado e a protagonista, Kristen Wiig, de quem eu nunca tinha ouvido falar, manda muito bem. é divertido, engraçado, bonito e leve. eu ficava olhando e pensava "não acaba, não acaba, não acaba". me arrisquei a falar pra uma amiga que é o Se Beber Não Case das meninas, mas não chega a tanto. é engraçadíssimo e delicisioso, mas não chega a ser how bizarre. vale a pena. demais. mas vá acompanhado.

(calma, tá quase acabando). depois disso, rolou uma tarde de greve dos bancários no cinema. o meu melhor amigo de curitiba (beijo, Eriquinho) tinha voltado da Itália (tá meu bem) e fomos num cinema alternativo que eu nunca vou, pra assistir a um filme italiano.

vou abstrair o fato de que em italiano ele chama Io Sono L'Amore (Eu sou o amor - nem precisa ser Andrea Bocelli pra descobrir né) e de que foi traduzido pro portuguese como Um sonho de amor. mas só vou abstrair porque o filme é um BAFO - foi a única palavra que eu Eric conseguimos falar por um bom tempo depois de rodar os créditos. só homem lindo, Luise tá passando bem, obrigada (beijo, Lu). acho que vou mudar meus atores preferidos. fora isso um figurino IMPECÁVEL, muitas Birkins pra lá e pra cá, Hermès mostrando que crise européia é o que mermo?. enfim. um roteiro lindo, todo focado em detalhes, que relembra muito o cinema italiano puro. tem crítico dizendo que o filme é a volta do cinema italiano - e eu assino embaixo. a música e o cenário também são um desbunde, imagine você se não. o trama, nem se fala. o que me deixou bastante chateada, no entanto, foi descobrir que o filme é de 2007 (oi?) e que só chegou agora no Brasil. TEMÇO, como diria Katylene.

o úlimo foi Pronta Para Amar, com a foooooofa da Kate Hudson e com o deuso do Gael Garcia Bernal (que faz par romântico com a Charlotte, em The Science of Sleep - adoro como meus preferidos se encontram nas telonas). o filme tem tudo de lindo e de triste. já avisei no facebook pra ir em sessão vazia porque chorei horrores (e o Eric, que tava comigo, de novo, também chorou, oi Eric!). a sinopse entrega a trama. eles se apaixonam mas ela tá com câncer. eu achei que eu tinha chorado horrores porque recentemente passei por uma situação com essa doença na família e a família inteira sofreu muito. mas depois de digerir o filme, ficou claro que é porque é lindo. tem o ritmo de filminho gostoso de Hollywood, mas o final surpreende porque é previsível, mas não pra um filme de Hollywood. inspirador e lindo. perfeito pra uma TPM - mhua.

depois disso, estou meio sem dinheiro (jura?) e agradecendo porque amanhã é sexta e estréia um monte de filme novo - monte assim: que eu não vi e tô afim de ver, são três.
fora isso comprei um box da Audrey que pretendo devorar logo em breve (musa forever) e também comprei o Never Let Me Go que promete choro, también. portanto, que subam os créditos, por hoje, já escrevi demais.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

tô muito in love com a Fiona Apple.

I thought he was a man
But he was just a little boy
-Hunger hurts, and I want him so bad, oh it kills
Cuz I know I'm a mess he don't wanna clean up
I got to fold cuz these hands are too shaky to hold
-hunger hurts, but starving works
When it costs too much to love


terça-feira, 27 de setembro de 2011

Eureka do amendoim verde

dia desses eu tava comendo e me deu um "plim". ou o que minha mãe me ensinou a chamar de eureka!

eu tava colocando amendoim verde (aquele de boteco, com casca verdade de cebola e salva) num potinho e me lembrei da Tia Cida, dona do bar da frente da Unesp de Bauru, onde eu ia matar a aula e matar o calor.

que os politicamente corretos me perdoem mas sim, eu matava aula no boteco e ia correndo pra chamada quando alguém me ligava.

voltando. tia Cida era a pessoa mais pop da faculdade. todas as áreas iam pra lá. dos alternativos da faac aos meninos da engenharia. sempre tinha alguém. e pra gente, do turno da noite, é claro que tia Cida significava uma roda de conversa (quando não de pagode), cervejinha gelada e, às vezes, um pré balada.

acontece que toda vez que eu chegava na tia Cida eu só olhava, e ela me entendia. sabe gesto que você faz pra pedir cerveja? o meu era pra pedir amendoim verde. e ela entendia, lá do balcão. ela não deve saber meu nome até hoje, mas se eu chegar lá agora, ela vai saber que eu sou a menina do amendoim verde e do "segura ai, tia Cida, que a gente vai responder chamada e já volta pra te pagar."

mas toda essa introdução foi porque eu tava colocando amendoim verde no potinho e pensei (com essas palavras esdrúxulas): "ca-ra-ca. eu não despedi da tia Cida. pode ser que eu nunca mais volte a Bauru, pode ser que eu nunca mais veja a tia Cida, e eu não despedi da tia Cida".

e ai eu comecei a me lembrar de todo mundo pra quem eu não disse tchau, nem até logo.
e fora a tia Cida, tem muita gente pra quem eu gostaria de ter dado um até logo, e não rolou.

afinal de contas, a moça de cabelo vermelho curtinho da biblioteca provavelmente não tem facebook. e eu posso ter perdido a chance de agradecer todas as vezes que ela "esqueceu de expor" um livro novo só porque eu tava torcendo pra pegar primeiro.

ou então da tia da livraria da catina, que além de fazer encomenda de vários livros bizarros que eu pedia, patrocinou alguns eventos enquanto eu trabalhava no DAFAE.

tem o cara do departamento que no dia da entrega do meu tcc quase que pirou junto comigo e no dia da apresentação tava lá me desejando boa sorte antes deu entrar na salinha.

e tem também alguns dos professores e, por mais que você me diga pra deixar de preguiça, pegar o telefone no site do departamento e ligar, são pessoas das quais eu não me despedi.

quem eu não me despedi, também, foi o cobrador do ônibus Campus CTI do meio dia, que eu peguei durante todo primeiro ano, enquanto não tinha carro, pra ir pra aula de alemão, ao 12h45. no final do ano ele sabia o nome da minha cidade e o que eu tava indo fazer na unesp tão cedo. eu, sabia até o nome dos filhos.

mas não só de Bauru vivem as despedidas que não aconteceram. em cada lugar deixamos muito da gente, e às vezes nos esquecemos de como somos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos.

foi nesse dia, do eureka do amendoim verde, que eu entendi de verdade - no fundo do coração - porque é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã.
e dizer, sempre, isso pra cada uma delas.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Domingo no parque

adoro quando faz sol em Curitiba. acho que já virei curitibana e corro pro parque, pra tomar sol, ficar sentada na grama, fazendo picnic.

o que acho mais legal são as pessoas, que fazem o mesmo.

dessa vez lembrei de levar máquina e guardar algumas imagens bonitas.

não me perguntem porque me apego às crianças. acho que é instinto. :)






*Todas as imagens são de minha autoria com uma máquina ridícula de normal. quando eu fizer um curso e tiver uma máquina power, quem sabe as fotos também melhoram.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Be simple.


tem uma propaganda de sabão em pó em que aparece uma dona de casa falando assim "sabão pra mim tem que limpar e deixar um cheirinho. e só!".

e eu adoro essa fala dela.
pra mim tudo tinha que ser simples assim!
acho brega esse endeusamento que foi criado em volta de marcas da modinha.
e não me refiro especificamente à moda que, fora alguns exageros insensatos, têm muitas vezes o seu endeusamento baseado em dons artísticos e revoluncionários (Chanel e McQueen que o digam).

mas essa coisa toda de don't touch my moleskine que a galera impregnou: essa coisa toda de endeusar coisas.

acho bizarro endeusar a ponto de criar uma entidade. criar entidades para amar.

por isso que amei essa imagem. acho fantástico a maneira como podemos simplificar, sempre, as coisas.

e não se espante, é só uma imagem,
com só uma opinião,
explicitada só por uma menina,
que só acha estranho endeusar coisas - em detrimento de pessoas, yourself included.

e não que seja um julgamento.
é mais uma tentativa de dizer, a todo momento, e a mim mesma... be simple.


Desculpe, não me lembro de onde peguei a imagem. :(



terça-feira, 6 de setembro de 2011

tem essa história do meu vô que minha mãe conta.

eles moravam numa casa com eletricidade de um jeito diferente, movido a água (não sei explicar, eu sou da época do interruptor.).

tinha lá em cima a caixa d'água e pra desligar a luz tinha que puxar uma corda pra tampar a vazão de água.
eis que numa noite de temporal, na hora de puxar a cordinha, algum graveto deve ter enrosacado, porque a luz não apagou.

e lá foi o vô Lando morro acima, chuva abaixo, tirar o tal do gravetinho pra fechar a água e apagar a luz.

eu fico imaginando o vô Lando, alto e magro, subindo o morro lá da roça. fico imaginando ele pegando o gravetinho e, ao invés de xingar, rir.

rir porque aquilo era praticamente uma pegadinha da vida.

eu não sei se ele morreu de preguiça de subir o morro. eu não sei se ele foi xingando Deus e o mundo. eu não sei se ele riu ou quase chorou quando pegou o gravetinho.

mas eu imagino o vô assim. rindo.

e fazendo serra-serra-serrador comigo, no outro dia de manhã, na cadeira de balanço.

se eu não me lembro mesmo, deixa eu lembrar do jeito que eu acho que é.

7 de setembro

no último feriado li uma tirinha do PêCê que fazia um comparativo entre feriado na infância e feriado na idade adulta (me incomoda muito criança ter infância, adolescente ter adolescência e adulto ter... nada?): feriado na infância era "eba, mais tempo pra brincar"; e feriado na adultescência era "eba, mais tempo pra dormir".

amanhã é mais um feriado. eba, mais tempo pra dormir.
mas o feriado de 7 de setembro pra mim sempre foi diferente.
isso porque é aniversário de morte do meu avô materno, vô Lando, pros privilegiados.

só pra constar eu acho muito estranho essa parada toda de "aniversário de morte", como se fosse uma comemoração, uma festa. mas eu falo assim porque foi assim que aprendi a falar. sem por quê mesmo.

era um feriado diferente porque a gente sempre ia pra cidadezinha onde minha mãe e meus avós moraram, Espírito Santo do Dourado, MG. Mas antes, a gente passava em algum supermercado e comprava flores. E biscoitão - porque a minha tia Vandinha adorava biscoitão mineiro de Pouso Alegre, MG.

lá, a gente ia revendo um por um, e minha mãe sempre me explicava.
"esse é o irmão do vô lando, a cara dele né?" "ali é a tia tal, irmã de não sei quem, parente de fulano".

confesso que provavelmente não me lembro dos nomes - e não lembro mesmo. mas sei exatamente a localização dos túmulos no cemitério e a foto no epitáfio de cada um.

do lado do vô tem o tio Lando e sempre que a gente passava por lá minha mãe falava do tanto que o Murillo, meu irmão, parecia com o meu tio. "Não tem como negar."
Murillo é o único neto homem e fez a tarefa completa ao carregar em peso todos as características dos Francos. ele é o tio Lando escarrado.

a gente ficava por ali, olhando pras montanhas mais verdes do mundo e pro céu mais lindo e azul do mundo, de cima de um morro. eu ficava quietinha e ia um por um, apertando o olho pra rezar com todo o coração.

no túmulo do tio eu ficava muito triste, e sempre perguntava pra Deus por que eu não tinha conhecido - conhecido de viver. por que eu não tive tio homem.
no túmulo do vô eu tentava viver tudo que minha mãe falava que ele fazia comigo, tentava imaginar com o coração pra ver se a memória resolvia funcionar. mas eu só me frustrava: eu não lembro de nada.

acontece que eu gostava do feriado. era um feriado, de certa forma, em família. e eu esperava muito aquele momento do ano pra ir ver o meu avô. e tentar lembrar tudo o que eu não lembro.

a gente acendia vela na capela do caminho e colocava uma flor em cada ente querido que já tinha ido descansar.
acho que eu não sabia bem o que eu fazia, mas eu sabia bem o que eu queria fazer enquanto estava ali: viver meu avô, aquele me chamava de menor de todas e pra quem eu sussurrava, quietinha - com vergonha de alguém de ver - no túmulo, eu te amo, vô.


Em tempo, citação de um desses livros lindos que - benzadeus - escreveram pra gente passar o tempo:

"É preciso estar vivo para poder morrer. É preciso ter alma para aceitar perder."
Esmir Filho - Os Famosos e Os Duendes Da Morte.

domingo, 4 de setembro de 2011

auto eu



ontem rolou todo um rebuliço em torno de uma matéria no site da capricho que dizia que o Justin Bieber havia assumido sua homossexualidade e cancelado os shows no Brasil.
era nítido que haviam hackeado o site e que a nota era falsa. mas eu fiquei pensando naquilo porque me incomodou muito.

faz muito tempo que eu não leio capricho e não faço os testes pra descobrir se eu sou uma boa melhor amiga. justin bieber eu ouço no rádio e acho absolutamente ok.

agora, gente que gasta o seu tempo imprimindo algum tipo de sentimento negativo nas suas ações, tá ai uma coisa me incomoda, mesmo.

isso porque eu fico imaginando NO TIPO de pessoa que essa gente deve ser pra despreender tanta energia assim pra ofender alguém. o pior, que tipo de gente utiliza toda a sua energia voltada pro ódio e pro desafeto... sem razão?

tem tanta coisa boa ai fora pra ser feita.
tanta gente precisando de ajuda, tanto céu azul pra ser visto, tanto parque pra ser visitado, tanto livro pra ser lido... que não, em hipótese alguma, eu entendo alguém que gasta toda a sua energia desejando e praticando mal ao próximo.

talvez se todo mundo soubesse canalizar sua energia pras coisas boas da vida, a nossa vida como um todo fosse bem melhor.


sábado, 3 de setembro de 2011

às vezes eu tenho uma nóia de acordar tarde. parece que eu vou acordar tarde e estar um dia lindo lá fora e alguma entidade superior vai apontar o dedo pra mim e dizer "você acordou tarde e o dia está lindo e o dia está lindo enquanto você dorme até as 15h".

que bizarro essa auto-culpa que não vem de mim - é o dedo imaginário.
parece até que eu vou levantar da cama só pra satisfazer o dedo imaginário, e não a mim.

então hoje, um dia lindo como raramente se faz em curitiba, eu acordei as 15h e fiz um almoço mequetrefe.
e são 16h31 e, só pra constar, ainda estou de pijama vendo programa de música instrumental na Tv Cultura (acho MUITO fino assistir tv cultura) e lendo blog de gente interessante (não necessariamente interessante do bom), como o jornalista que foi investigar uma milícia na favela do rio e sofreu mils humilhações e torturas e tudo mais.

mas só pra constar: hoje tá um dia lindo, um sol divino e eu podia estar no parque vendo gente e sendo feliz e saudável como nos comerciais de absorvente.
mas eu acordei as 15h, tô de pijama e sentada no sofá.

e estou feliz, ouviu bem, entidade do dedo apontador?

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Meus céus

Marina, meu nome (sim, essa é meu nome. e não, não se sinta culpado no caso de você não ter conhecimento disso. é mais normal do que você pensa), significa que vem do mar.

mas não teria problema algum em me chamar, seguindo esse raciocínio, de Ceurina.

isso porque eu tenho uma fascinação com céu que é inexplicável.

não sei se é porque eu nasci debaixo do céu mais bonito do mundo, o de Minas Gerais.
ou se é porque eu nasci do pai com os olhos de céu mais bonitos do mundo.


de qualquer maneira,
o destino (e os meus apartamentos altos) sempre me brindaram com céus incrivelmente estupendos.

em Bauru eu tinha um pôr-do-sol quente, abafado e confortante. todo dia, antes de ir pra aula, eu tinha o meu momento na sacada do meu quarto. e cada dia era único e diferente.


aqui em Curitiba o céu é tão lindo quanto, mas de uma maneira diferente.
é um céu frio que exala quentura (é. vai entender) e que, infelizmente, vejo pouco.

hoje, cheguei em casa cedo e consegui ver mais um pôr-do-sol incrível.

me entreti tanto que quando fui bater as fotos o sol já tinha se posto, mas o colorido ensurdecedor ainda estava lá.

acho que esse tanto de céu estonteante na minha vida é coisa do destino.

ele me deixa longe das pessoas que eu amo mas me traz esse amor em cores, todos os dias, ali pelas 6 horas da tarde - em forma de céu.



sábado, 27 de agosto de 2011

Novo em folha

às vezes a gente tem mania de segurar umas coisas na gente que não necessariamente são parte da gente.
a gente segura tão forte, tão firme, tão perto que vira folha. e a gente vira galho.

quando a gente vai lá no alto, naquele último pedacinho de galho pra arrancar a folha que já está lá, ficando seca e feia, a gente se machuca.

se machuca porque foi tirado a força.
contra a vontade do tempo, que cura tudo.
contra a vontade do coração, que não tem nem idéia do que faz.

mas quando vemos a folha lá no alto, bem presa mas bem murcha, e respeitamos aquele pedaço de nós, o tempo faz o seu papel.

ele, autônomo que só, leva o tempo que quiser.
mas em algum momento, em um vento qualquer, a folha cai.

e quando cai por querer, porque chegou o seu tempo de não mais pertencer ali, não deixa vestígio.
não deixa marca.
não deixa cicatriz.
e a seiva, que corre ali dentro daquele tronco, e que não mais alimenta a folha, nem se arrisca a aparecer, nem se arriscar a chorar a perda - every single drop é guardada para não haver disperdícios.

a folha vai embora. simples assim.

e o galho, pronto, novo "em folha", se prepara para a próxima nova folha.

folha nova que vai ser alimentada pela mesma seiva que se recusou a chorar quando chegou a hora (e o tempo certo) da folha velha ir embora.

esse texto foi baseado no pensamento abaixo:

"Deixe que as coisas caiam; não as faça cair. Deixe que a atividade desapareça; não force o seu desaparecimento - pois o próprio esforço para forçar seu desaparecimento é atividade sob outro aspecto. Observe, mantenha-se alerta, consciente, e você deparará um fenômeno milagroso: quando algo cai por si mesmo, por livre e espontânea vontade, não deixa nenhum vestígio em você."

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Relatividade, esperança e uma dúvida.

Einstein já dizia que tudo é relativo.

e é desse princípio que parte outro princípio, o da vida relativizada.
dias relativizados e até mesmo horas.
isso porque vivemos em função de uma expectativa, uma esperança, ou simplesmente esperando uma expectativa ou uma esperança para poder viver em função de.

tem gente que vive em função das férias.
tem gente que vive dia após dia sofridos, esperando o final de semana.
tem gente que vive em função de gente e tem gente que vive em função de bicho.

tem gente que vive pra sofrEr e tem gente que sofre pelo simples fato de viver.

são esses pequenos brilhos de esperanças, esses pontos singulares no espaço-tempo que nos permitem relativizar a nossa experiência e vivência.

bonito mesmo é quando em relativizar (existe essa palavra mesmo?), encontramos nós mesmos, nossas felicidades e nossas esperanças alegres. aqueles pontos que nos fazem esperar por algo ou ter esperança em outra coisa.

hoje, por exemplo, estou em função da chegada dos meus pais no sábado, depois de amanhã.
o dia da partida, no entanto, não tô nem a fim de relativizar (e a dúvida já foi: a palavra existe sim - santo google).
Finalmente alguém que soube me dar um direcionamento - ou pelo menos explicitar o meu sentimento de sumir ou voltar pra onde eu sei que já percebi.

Obrigada, Martha.

"Não há nada mais desgastante do que uma alegria forçada.
Se você está infeliz, recolha-se, não suba ao palco.
Disfarçar a dor é dor ainda maior.”

Martha Medeiros

domingo, 14 de agosto de 2011





hoje, dia dos pais, é o quinto ano consecutivo que eu passo longe do meu pai, longe do tradicional almoço de família.

acho que nos primeiros anos posso até ter tentando disfarçar o incômodo.
acontece que hoje em dia, acreditada no amor, nas coisas boas da vida e nas pessoas, eu não disfarço mais o incômodo e digo pra todo mundo que é "meu quinto ano longe do meu pai nessa data" como uma trakinas: meio chocolate meio baunilha.

tudo isso porque eu sofro por não estar lá, tomando um chopp e comendo uma costela no Costela, ou simplesmente ajudando a colocar a mesa e chamando em cima da escada da sala da frente, daquele jeito que eu só coloco a cabeça e falo "vem almoçar, pai". eu simplesmente não estou lá. não estou lá e por isso não consigo abraçar e beijar, olhar no olho pra convesar. eu, que sou tão eu.

por outro lado, do outro lado da linha, quando eu falo de saudade eu escuto alguém firme, falando de orgulho. eu falo de saudade ele fala de orgulho. eu falo de saudade ele fala de como é feliz em saber que eu segui meu caminho, fiz a minha vida e que agora, "é isso ai, filha. segura firme que daqui a pouco a gente tá ai".

engraçado em saber que só consegui trilhar meu caminho, pra longe, com a base firme e sempre presente que ele me deu. é como se você tivesse me balançando e eu querendo, as usual, sempre ir pra longe , mais longe, mais pro alto.

você me empurrando, concentrando forças, esforços tempo... e eu indo mais pra longe.

que bom que eu te orgulho, por que é pra isso que eu vivo, Pai.

e toda vez que eu ligar, e nessa ligação você me chamar de baratinha, eu vou pensar "que bom, porque a minha saudade é o seu orgulho...".
e quem sabe, no final das contas, você também não se orgulhe em eu sentir saudades sabe por quê? porque no final das contas, quando todo mundo me elogia, quem deveria agradecer é você, meu pai.

meus olhos azuis mais lindos do mundo.
mais lindo que o céu de minas no dia mais lindo de inverno.



Aryel é um homem lindo, de quase um metro e noventa, moreno, alto, bonito e sensual de sobra, com um olhar de matar qualquer um.

conheci em curitiba, na mesma noite em que ele se tornou uma das pessoas mais especiais da minha vida.

ele é daquelas pessoas lindas, bem lindas, que você deseja conhecer na maternidade, só pra não perder nem um minuto ao seu lado.

tem um sorriso maravilhoso, daqueles que te dizem silenciosamente que sim, o mundo vale a pena.



quando as palavras surgem, entre um e outro sorriso, você reafirma a teoria da maternidade, porque tudo o que ele fala faz sentido, é bonito e tem luz.

Aryel foi dessas pessoas lindas, que aparecem do nada para fazer uma revolução na sua vida.

Ele me ensinou tanto em tão pouco tempo que mal sabe. E aqui cabe aquela máxima que há pouco tempo eu tive que usar: eu gosto de despedidas porque é nelas que falamos tudo o que gostaríamos ou, pelo menos, deveríamos.

E Aryel, é assim que me despeço de você.
Com uma dor no coraçao de quem foi te levar pra casa com o acelerador cada vez menos pressionado, querendo que a sua casa não chegasse nunca. Querendo que a tarde no parque não tivesse hora pra acabar.

Isso tudo porque o seu sorriso e você todo são assim: infinitos.

Por isso, que o meu amor por você também continue assim, infinito, te esperando onde quer que for porque onde você estiver, ah sim, com certeza, eu estarei junto. Bem junto.


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

i can't

he told me "i'm sorry, but i just can't love you. Instead, I fullfill my heart with my books and musics and favorite movies. and t's not like I don't know if you'll love me back. It's just that I know I'll never stop loving them".

terça-feira, 2 de agosto de 2011

difícil falar.
difícil falar quando se quer terminar a frase com um chamado.
amor.
né, amor?

domingo, 31 de julho de 2011

Carta para minha pequena




Meu amor,

eu tive que ir embora pra longe, antes mesmo de saber que iria embora pra sempre.
naquele dia, chorando muito, te pedi pra cuidar do seu pai.

e nessa carta aberta, que escrevo do fundo do meu coração e com lágrimas nos olhos, esse continua sendo o meu pedido.

cuide do seu pai. ele é uma das melhores pessoas que eu conheço no mundo e quem te ama acima de tudo. ele sempre vai fazer de tudo pra te ver sorrir e, mais, pra te ver saudável. haverá momentos de brigas e desentendimentos, mas nunca tenha vergonha de pedir desculpas, abraçá-lo e dizer que o ama. ele com certeza será o primeiro e o último homem da sua vida, portanto, ame-o como nunca amou ninguém. e deixe-o saber diariamente disso. ele esteve do seu lado sempre, mesmo quando as coisas estava insuportáveis. cuide dele, e cuide do amor que vocês, como pai e filha, têm.

não odeie a sua mãe. e saiba que você tem apenas uma mãe, que te carregou por 9 meses na barriga. um dia você vai crescer e vai entender seus motivos. mas não a odeie, não a deixe se esquecer que o seu amor é incondicional. deixe o seu coração aberto pro dia em que ela quiser se arrepender.

trate com amor as pessoas. elas vão te maltratar, e em algum momento (ou em vários deles) te fazer sofrer, mas se você retribuir com amor, as coisas são mais fáceis e o caminho é menos turbulento. lembre-se sempre que por trás de alguém que fere, está alguém ferido. e que nunca, ninguém, merece ser tratado com menos do que amor.

goste de livros, de filmes e de música. e aprecie-os na sua própria companhia. saber ficar sozinha é amar-se acima de si mesmo, e isso é muito importante. não tenha medo de ficar sozinha mas, se algum dia ficar, saiba ficar bem consigo mesmo.

viaje e aprenda. aproveite as oportunidades pra sair da casca e abrir a cabeça. conheça gente, compreenda as outras culturas e se apaixone pela diversidade. uma pessoa flexível é muito mais feliz do que alguém engessado. saiba que diferenças são fundamentais para uma vida tranquila, e nunca, em hipótese alguma, aceite o preconceito como argumento de qualquer atitude sua. seja aberta, mas seja aberta de coração. o resto virá por consequência.

não se esqueça das suas raízes. independente de pra onde você for, nunca se esqueça de onde veio. e diga isso em voz alta. as pessoas precisam saber do seu amor pelas suas raízes - elas vão te respeitar mais se você tiver esse orgulho pronunciado. demonstra caráter.

nunca seja ninguém mais e ninguém mesmo que você mesma. a sua infância pode não ter sido da mais tradicional, mas você teve 4 mães e 2 pais. você foi muito amada e cuidada. e o mínimo que você pode fazer é retribuir sendo você mesma, sem se deixar influenciar pelo que os outros pensam. alguém, um dia, vai falar alguma coisa que vai te machucar. não deixe que isso te abale. seja você mesma, lembre-se do amor, das raízes e do seu pai, e mantenha a cabeça erguida.

saiba desculpar. somos humanos e vivemos dos erros. sábio é aquele que aprende com os erros dos outros, mas humano é aquele que aprende com os próprios erros. não se castigue pelos seus erros, mas saiba festejar as vitórias. não desacredite de alguém pelos seus erros mas saiba reconhecer suas virtudes. seja amável com os erros e com aqueles que erram. desculpar é o primeiro passo para saber conviver em sociedade e saber amar o próximo.

quase por último, mas não menos importante, acredite nas pessoas. ame as pessoas. respeite as pessoas. seja curiosa com a história das pessoas. pessoas são o que fazem o mundo, o que fazem e desfazem nossos sentimentos, nosso cotidiano, nossa vida. entenda cada pessoa como um ser único, que, provavelmente, se cruzou o seu caminho, é porque tem alguma coisa pra ensinar ou pra aprender. as pessoas vão te magoar, vão te iluminar, vão ser amigas e companheiras, ou simplesmente ignoráveis. mas mesmo assim, mesmo com as dificuldades da vida, acredite nas pessoas porque é só com elas que conseguimos viver com o coração cheio de amor, como se fosse casa de avó em domingo.

por fim, minha linda, não me esqueça.
eu sei que eu parti, e nem seques disse adeus.
mas não se esqueça de mim.
não pelas noites em que cuidei de você, ou pelos brinquedos que comprei com tanto amor, pensando em como você ia sorrir quando abrisse.
não pelas vezes que te levei ao pula-pula ou que fomos viajar pra você sair da caixinha.
não me esqueça porque eu te amo.
e lembre-se de mim como alguém que você tocou profundamente...
alguém que você trasformou em mãe antes mesmo de gerir...
lembre-se de mim como alguém que sofre muito em estar distante, mas é muito feliz pelo simples fato de você existir.

lembre-se, sempre, de mim como alguém que quer que você seja feliz.
mesmo de longe, e mesmo morta de saudade.

tudo isso, minha pequena, porque não importa o que eles digam, eu sou a sua mamãe tia má pra sempre.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

é muita saudade pra um coração só.

é muito amor pra uma pessoinha tão pequenininha que eu vi aprender a falar.
que eu vi deixar a fralda. e eu tava lá nesse dia, ô se tava.

é muito amor
pruma toquinho de um metro que eu marquei na parede, mês por mês, o quanto crescia.

vi ter sarampo, vi ter refluxo.
vi bater um prato atrás do outro, e vi fazer manha porque não queria comer.

vi dormir de noite e vi dormir de dia, a pequena.
vi e vi e vi e vi e vi a era do gelo e avatar. sei lá quantas vezes. seguidas.

parei de comprar roupas pra mim e só comprava roupa pra ela.
parei de comprar cerveja e comprava kinder ovo.

é muito amor pra um coração só.
é muita, muita muita saudade pra uma pessoinha assim.

eu tava lá quando ela largou as fraldas, quando ela aprendeu a pular.
mas eu já não estava lá quando ela deixou de usar chupeta.
e pior, eu não estava lá quando ela perguntou se eu não seria mais a sua "mamãe".

domingo, 24 de julho de 2011

A princesa e a ervilha

há uma fábula infantil que conta a história de uma princesa que não sabia que era princesa. pra descobrirem se ela era mesmo a princesa, colocaram uma ervilha embaixo de 10 colchões nos quais ela ia dormir.

se ela sentisse a ervilha, era princesa. se não reparasse, era uma mulher comum. apenas uma mulher comum.


no mundo, existem dois tipos de mulheres. as princesas e as comuns; as que se incomodam com a ervilha e as que dormem bem anyway.

a única diferença entre elas, o único detalhe que faz com que haja princesas e não princesas, é se incomodar com as ervilhas da vida, independente de quantos colchões hajam por cima.

falta de educação, é uma ervilha.
falta de consideração, outra.
gente pedante, ervilha.
falsidade, outra ervilha.
indelicadeza, impaciência, incoerência, mau humor, irresponsabilidade. todos... ervilhas.

as mulheres comuns se acostumam, se sossegam assim - como melhor lhes convêm. acham desculpas para não sentir as ervilhas, ou não as sentem mesmo. Acreditam que um dia a ervilha vai murchar, ou que é só uma falha da madeira. não há o que ser feito. conformam-se (outra ervilha).

e não estão erradas porque, oras, são apenas comuns. e ervilhas.

as outras, no entanto, não se conformam. não importam quantos colchões, elas simplesmente sentem a ervilha. e não se conformam.

esperam (esperam no sentido de ter esperanças) por que sabem que são diferentes.

afinal, existem dois tipos de mulheres.
e elas, definitivamente, são as princesas - e pra elas, qualquer ervilha incomoda.

sábado, 23 de julho de 2011

Entre a notícia de que eu vou ter que desembolsar uma grana preta no conserto da minha porta e o almoço, eu fui dar um cochilo.

Meio dormindo ouvi sobre a morte de Amy Winehouse. E quando acordei não quis acreditar, pensando ser um desses sonhos doidos que eu tenho, que parecem tão reais que eu não sei se foi verdade ou se foi sonho.

Era verdade. Amy Winehouse, que tem álcool até no nome, morreu aos 27 anos em Londes, UK.

Acontece que assim como Amy, outros tantos talentos se foram aos 27 anos. Hendrix e Joplin também se fartaram de ficar por aqui, anunciando lentamente a sua auto-degradação - e foram se degradar pra lá.


Amy vai num fluxo previsível. Anunciado. Esperado.
E talvez isso seja o mais triste...

Esse jovens talentos Foram cedo, mas marcaram tanto.
Marcaram tanto que se tornaram imortais.

A gente tentou levar a Amy pra rehab.
But she said no, no, no.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

campeã mundial em quebrar o coração de bons rapazes.

bi-campeã universal de se apaixonar pelos caras ridículos.
hoje eu fui pra área externa do bar atender uma ligaçao e fiquei observando as pessoas por ali.

em sua maioria mulheres, choramingando ligações nunca recebidas.
promessas nunca cumpridas, desejos não realizados.

em sua maestria esplêndida eles, os homens.
e tão sempre amaldiçoados.

ele não ligou, ele não me quer, ele me enrolou, ele disse aquilo ou ele deixou de ser isso.

tudo me remetendo a uma crônica que li há muito tempo, que dizia mais ou menos assim:

sofremos tanto, queimamos sutiãs em praça pública, fizemos marcha pela liberdade sexual, nos rebelamos, nos encontramos, galgamos cargos altos, salários maiores ainda... e ainda assim, depois de tudo isso, queremos ser a mulherzinha do lar.

o meu intuito é o trabalho, o conselho do amigo é desencanar.

engata que primeira que tudo vai.
mas nunca se esqueça de quem ficou com os peitos de fora para que tivessemos a liberdade que temos hoje.

terça-feira, 19 de julho de 2011

eu sei que não é pra ser agora,
que não é pra já,
que nem seja ele.

mas às vezes a gente quer tanto uma coisa
que fica cega pra tudo o que deveria não querer.
hoje bateram no meu carro e por isso o texto é bem literal.

bateram assim, de lado, e eu fiquei vendo meio que em câmera lenta o carro vir.
e enxerguei ele parar mas ele nao parou.

eu parei, olhei pra frente e desci do carro.
tão serena que eu achei que era sonho.
auto controlada que só, sem saber quem estava certo quem estava errado, só a fim de resolver a situação porque de dores de cabeças já me bastam as enxaquecas diárias.

eu acho que eu tava errada porque afinal de contas eu tava na esquerda dando sinal com a seta e com o braço do meu carona, explicitando de todas as maneiras possíveis que eu precisa ir pra direita.
e eis uma coisa que me incomoda muito no trânsito, ainda mais no trânsito mal educado de Curitiba:
eu só dou seta po um único e only motivo: PRECISO IR PRAQUELE OU PRA ESTE LADO. você não me deixar passar só vai afetar o trânsito atrás de mim, e, em algum momento, alguém vai ter que me deixar passar porque imagine só ficar parada mais de 10 horas esperando alguém te dar passagem.

enfim.
dei meu telefone igual malandro: sei que ele não vai ligar porque o carro velho dele amassou o meu carro.

e é aí que eu não sei qual é o melhor pensamento pra fechar essa catarse.

não tô nem ai de quem foi a culpa. eu pago, eu conserto eu fico aqui na minha.

sei que eu tô pagando pela minha serenidade.
e também pelo conserto do carro.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

era pra ser dos amores mais lindos.

mãos entrelaçadas, beijos estelados, suspiros arrepiados.
nucas transeuntes, fôlego acelerado, dedos entrelaçados..

era pra ser um amor sem igual.
carinho no caminho, cabelo escorrendo e sorriso sem tamanho.

era pra ser um amor sem limite.
conversa sem beijo, palavra sem som, olhar com tom.

era pra ser um amor indescritível.
amizade sem frase, viagem sem beira, show sem glamour.

era pra ser aquilo que cada um de nós havia sonhado.
não fossem as expectativas.
que ele pediu pra que ela não tivesse.

e ela, logo ela, tão sentimental,
respondeu que tudo ficaria bem.
porque, com ela, tudo sempre fica bem.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

"Essa é uma verdade existencial.
Somente pessoas que são capazes de estar a sós,
são capazes de amar, de compartilhar.
De ir até o âmago da outra pessoa sem possuí-la,
sem se tornar dependente do outro,
reduzindo o outro a uma coisa,
e sem ficar viciado no outro."
Osho.

do lindo do aryel, uma alegria morena e alta que apareceu na minha vida.

sábado, 9 de julho de 2011

a gente tenta ser legal e fazer tudo certinho.

mas as pessoas são pessoas, oras.
e horas depois, a gente tá gritando no telefone porque simplesmente não aguenta mais.

e ai você descobre que também é humano,
porque aquela veia ali no pescoço tá latejando.
confusão na escrita deve ser um sinal pra ficar em silêncio.

domingo, 19 de junho de 2011

quando eu era pequena eu via jogo de futebol com meu pai e sempre perguntava:
"(o Brasil) vai ganhar, né, Pai?".

"ah, vai. vai sim."

depois, na adolescência, eu perguntava pro meu irmão, nos jogos de tênis:

"(o brasileiro) vai ganhar né?"

"acho que vai. ganha sim"

depois, quer dizer, agora, eu vivo perguntando, sempre em busca da afirmativa positiva, na qual eu sempre me agarrei nos momentos de tensão.
o problema é que a afirmativa não vem, nem do meu pai e nem do meu irmão.
e quando vem, nem sempre é positiva

terça-feira, 7 de junho de 2011

sentimento é igual ar dentro de bexiga.

precisa ser verbalizado, exorcizado, dirigido.
se não explode. e dói.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

a gente devia nascer com uma caneta na mão.

é, uma caneta na mão pra assinar - em cartório! - uma declaração.

eu, neném ainda sem nome registrado, comprometo-me a ser feliz e a cuidar e a amar eternamente eu mesma, a respeitar-me e honrar-me, todos os dias da minha vida. até que a morte chegue pra eu descansar em paz, amém.

ao longo da vida a gente sorri pra todo mundo e muitas vezes se esquece que o sorriso também tem que ser pra dentro. também tem que ser pro espelho.

como é difícil cumprir o prometido consigo mesmo quando se está preocupado em cumprir o prometido com os outros.

não fiz contrato quando eu nasci, mas nada me impede de fazer um agora.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Ensaio sobre a rotina

Carta enviada a uma amiga na manhã de 11/05/2011.


Ontem o 30 day song challenge me fez pensar em você e me matar de saudades por ter ficado tão longe por tanto tempo.

Formei, entreguei o diploma, empacotei os livros empoeirados (entre eles metamorfose), doei panelas velhas, olhei pela última vez na janela que dava pro pôr-do-sol mais bonito e supreendente do Brasil, entrei no carro e fui embora.

Fui embora pra onde não ia ficar por muito tempo. Mas pra onde sempre foi meu.

Não sei se você sabe, mas quando eu recebi o resultado, comemorei um fim de semana pra chorar uma semana, quando soube pra onde ia.

Sempre e por quantas vezes o destino keeping me away de São Paulo. Dos cinemas na Paulista, do trânsito caótico, de tantas pessoas queridas por lá.

Há de haver um motivo - é sempre o motivo que encontramos pra acalmar os ânimos, respirar fundo e seguir em frente.

É claro que em pouco tempo os rótulos todos se dissolvem e a rotina engole o glamour de qualquer imaginação - e é por isso que eu gostei tanto do casamento real: vamos sonhar um pouco mais?

Aqui as coisas estão corridas. Apanho de dia, saio daqui tarde e de noite choro de saudade.

Não sei se saudade da minha vida de cursinho, da minha infância moleque ou se da vida mansa da faculdade.

Não sei se choro porque crescer dói.

Porque crescer é como rasgar a pele e ir se esforçando pra sair daquele monte de matéria passada, que já não cabe mais em mim, ou sou eu que não caibo mais nela?

E rasgar a pele dói.

Nem sempre acordamos borboleta e nem sempre, humanos que somos, enxergamos as cores.

A gente faz o que pode pra continuar respirando com dor; aquela dor gostosa que faz perceber que somos humanos e que continuamos vivos.

E foi assim, com dor gostosa de ouvir as primeiras notas de Slow Dancing in a Burning Room que eu senti dor de saudade de você e de tudo que já fui e de tudo que ainda sou.

Se é a rotina que nos tira das nossas dores, é a dor que nos devolve à vida.

E à saudade, e à agonia, e à felicidade, e à amizade...



Com amor, Mucha.

(Porque essa formalidade toda aqui embaixo é sem-dor)
Marina F CAMARGO
ESPEC I NEG DIR | HSBC Bank Brasil S.A.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Não entendo gente que prefere ser triste do que ser alegre.

Assim como não entendo as críticas ferozes à alegria e a toda a sua forma de manifestação.

Por exemplo? Restart.

Vivemos daquele jeito turrão já descrito aqui embaixo,

e ai quando uns muleques crianções aparecem cheios de calças coloridas, cantando sobre amor, liberdade, paz e sei lá o que, todo mundo mete o pau porque eles cantam mal, porque eles são desafinados e porque - por tuuuudo isso - são gay (oi?).

Restar, Luan Santana, O Baralho a Quatro.

Prefiro sua breguice alegre do que as inteligências tristes.

Prefiro calças coloridas cantando sobre coisas bonitas (e bobas) da vida do que camisetas-bomba proferindo ódio e rancor e intolerância.

Prefiro ser alegre.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Desabafo.

Tem gente reclamando do casamento real. Vestem a máscara do criticismo social e interrogam a pleno pulmões, cidadãos politicamente corretos e chatos: "Já deu, né?". "O que mudou na sua vida?".

Pois bem. Direito de resposta seja concedido: muita coisa.

A maioria de nós acorda - ainda cansado do dia anterior. Pensando em tudo o que tem que fazer e na to do list que parece não ter fim. Pega trânsito e logo às 8h39 da manhã já está xingando e sendo xingado no trânsito. Isso pra depois estacionar numa rua e rezar pedindo a todos os anjos para que o carro continue intacto até o fim do dia. Isso quando faz sol, porque quando tá chovendo com certeza o guarda-chuva vai ter ficado em casa.

Abre o jornal, só por rotina. E a rotina massacrante tá lá, estampada e ensanguentada: morte, furacão, ditadura, acidentes no feriado que batem record e um milhão de outras coisas que dá vontade de viver em marte.

Chefe cobra, terceiro não entrega, você fica louco e perde uns 3 anos de expectativa de vida de tanto toma café e fumar.

Academia e exercício físico, então, nem em sonho, porque cansa demais.

Isso sem falar das jornadas múltiplas: marido, família, filhos na escola, supermercado, o começo do mês com as contas a pagar e todas essas responsabilidades mensais, diárias, TELESENA - hora em hora.

É tanta rotina, é tanto sufoco que a gente esquece de olhar pro céu azul, apreciar um vento frio, relembrar velhas histórias de família ou simplesmente sorrir.

E ai, um evento desses, vem e deslumbra a gente.
Forget about the money.


Eu tô falando do resgate dos valores, da tradição, do bem cuidar e do cuidar bem. Dos protocolos (ai.... tão chatos) e tão respeitados por reis, prícipes e aqueles que simplesmente admiram.

Eu tô falando do sonho de toda menina em ser princesa. Do vestido branco. Do véu. Do "you look beautiful" inesperado do amado.

Em suma, estou falando de sonhos.


O casamento real - por mais surreal que possa parecer - faz sonhar. E em meio a tanta coisa, o que faz sonhar muda - sim - e muito a minha vida.

Nem que seja por um dia.

terça-feira, 26 de abril de 2011

mim, eu, eu mesma.

eu preciso voltar a escrever.

eu preciso voltar a escrever ouvindo música bonita, daquelas que você pára pra escutar o acorde seguinte porque ele faz a sua nuca arrepiar.

eu preciso voltar a ouvir música bonita.

eu preciso voltar a ouvir música bonita olhando pra cada janela de prédio lá fora, imaginando a minha sorte ou a minha má sorte em estar rodeada por formigueiros humanos.

eu preciso, na verdade... na verdade, eu preciso parar de olhar pras formigas rotineiras lá fora, cada qual com sua janela, ora apagada ora acesa, e preciso voltar a olhar pra minha própria janela, pra minha luz e até mesmo pra minha cortina fechada.

eu preciso olhar pra mim, escrever, ouvir música bonita e sentir arrepio na nuca pra sentir que tô viva.

eu preciso de mim.
eu esqueci daqui.

acho que é porque esqueci de mim.