quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

curtindo a vida adoidado II


claro que eu suporia a minha retórica.


o quê, pra você, é curtir a vida adoidado?


pra mim, na minha ainda inocente idéia de que eu deveria ter nascido em décadas passadas, curtir a minha vida adoidado é curtir todo e qualquer momento, sem comprometer a minha saúde, a minha vida e as pessoas que amo.


talvez eu esteja, mesmo, na década errada.

achando tudo muito errado.


vendo tantas e quantas amigas (ex-amigas? quiçá apenas colegas?) engravidando, muitas delas com homens (meninos?rapazes?) "alheios" a qualquer tipo de relacionamento.

tantos e quantos jovens se embebedando a torto e a direita (mais a torto...), drogando-se por "diversão" que tão logo se tornará necessidade.


quantas vidas, tão longas, ou mesmo curtas, são diariamente interceptadas pela diversão sem limites que,

de tão irresponsável,

torna-se insalubre.


ps: no detalhe, uma homenagem às meninas com quem moro.

com quem vivo a vida adoidada!

curtindo a vida adoidado I


deu na internet e chegou no meu email:


"curtindo a vida adoidado" (day off) no TeleCine Cult.


é isso, minha gente.

"curtindo a vida adoidado" é cult!

é velho (daqueles filmes onde a cor está mais pra sépia do que pra cor mesmo);

é americano (?!);

e conta a vida de um reles estudante que tira um day off da sua escola, não sem passar por muitos apuros para não ser pego por sei lá quantas autoridades.


sem desmerecer o filme, seus componentes ou seus adimiradores (diga-se de passagem, que eu, na minha inocente queda por sessão da tarde, em day off, com pipoca, adoro)....


CURTIR A VIDA ADOIDADO É CULT!!


antes, no entanto, de por o seu all-star sujo; se enfiar naquela jaqueta xadrez e se meter no mundo ipod com o volume no máximo.... me diga:


o quê, pra você, é curtir a vida adoidado?

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

eis...


relendo e lendo aquelas coisas emocionais - e, às vezes, emocionantes - que escrevemos aos queridos amigos, encontrei algo que, inacreditavelmente, li e gostei.


gostei assim e ponto.

do jeito que não mudaria nada.


(tá bom. talvez mudaria, se botasse os olhos mais uma única vez.

mas gostei de ver daquele jeito e assim vai ficar.)


eis de presente pra'queles que me lêem.


"aqui fica um amor. e uma amizade que não ficou - assim, verbo no passado. mas que ainda é."

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

basta me ler para me saber


confesso: não tenho medo de assumir meus erros e minhas palavras mal - ditas. (não malditas).


mas raramente apago algo que escrevi. ainda mais publicamente.

normalmente apago um erro gramatical ou mesmo de digitação.


os assuntos ou o que foi escrito aqui, jamais.


prefiro um post ameno, sobreposto e melhor re-pensado ao intepestivo já escrito.


e é assim.

é assim que sou:


impulsiva, passional, emocional.

corrijo-me sim; e sou extremamente passível de aprendizagens.


mas primeiro, deixe-me ser como sou!


para florescer. ou não!



não sei nem dizer há quanto tempo ando longe.

longe até de mim mesma.


não sei dizer em quantas ocasiões pensei em escrever no blog,

para os poucos que lêem e, mesmo assim, me arrancam sorrisos quando passo por aqui.


pensei em escrever, como forma de escape.

mas não é justo.

não é justo utilizar-se das palavras quando o que sai não é moral. nem amoral, nem imoral. apenas não é moral.



qual seria, então, a forma certa de usar as palavras?

escritas, ditas, cantadas, pensadas...


qual a sua melhor forma de usar as palavras??


adoro escrever; e quem me conhece sabe bem disso.

adoro falar, e como gosto; quem me conhece ouve bem disso.


mas pensar, ah, essa sim é a minha sina.

penso penso penso e não páro. como se fosse um seriado norte-americano, prestes a estourar na minha cabeça.


bom seria se, em algumas ocasiões, parássemos no pensar. ao invés de jogar palavras por ai, como pólen de flor. para florescer. ou não.


terça-feira, 30 de setembro de 2008




é muita gente pro meu mundo muito pequeno.


é muita diversidade,

é muita inversidade.

muita in(verdade) ou (in)verdade.

é muito in, ou é out.

é muita gente,

é muita gente pro meu mundo muito pequeno.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

entre línguas...


Reisen (lê-se ráizen), do alemão, é o verbo viajar.


To Raise (lê-se, rrrrreize), do inglês, é o verbo 'fazer crescer algo', 'uma terceira pessoa faz algo crescer' - no melhor estilo 'não sei traduzir isso pro português'.


Dai parei pra pensar na interdisciplinalidade....


E viajando (bem!) pensei em como viajar realmente nos faz crescer.

não só viagens físicas, pra lugares, climas e culturas diferentes.

mas como viajar entre pessoas ao nosso redor, costumes diferentes do nosso lado, pensamentos diferentes de nossos amigos... como isso faz com que cresçamos; NOS cresçamos.
aprendizado mútuo e individual, extremamente influenciado pelo redor.


quem sabe um I raise myself: eu me faço crescer.


deu pra entender... ou é muita língua pro que deveria ser menos palavra e mais pensamento?

domingo, 10 de agosto de 2008

o caminho mais curto...


Estive pensando muito nas coisas que escrevo;

e mais ainda nas coisas que gostaria de escrever mas que, com o sono, falta de tempo e / ou preguiça, simplesmente não escrevo.


já tentei a técnica de andar com um caderninho do lado.
Mas quem me conhece sabe que ou eu escrevo rápido demais, a ponto de não entender a minha letra; ou eu penso rápido demais, a ponto de não acompanhar meus pesamentos.

A divagação de hoje que, na minha mania de frases rápidas e de impacto - tudo culpa da comunicação massiva - , teria ficado vaga demais, me fez escrever além do que iria escrever.


Penso hoje nos caminhos curtos para chegarmos em algum lugar.

E a conclusão à qual cheguei foi que os caminhos "curtos" são, talvez, (somente TALVEZ!)caminho para coisas "ruins".


Explico, a começar pela frase estopim do post:

o caminho mais curto para a amoralidade talvez seja a imoralidade;

bem como o caminho mais curto para o caos seja o medo.
entre outros.


Mas quando falo de construção de significados, sentimentos, relacionamentos e, por que não, na em vida tudo tende a ser integral.
Integral no sentido de completo.
Mais difícil de digerir, sim!
Mais trabalhoso, despende mais energia...


Mas onde tá a graça quando o caminho é curto demais?


Aproveite cada passada; e não se esqueça de deixar migalhas pelo caminho.... passarinhos adoram!


sábado, 26 de julho de 2008

tempo tempo...


na palestra chata ele demora a passar...


na conversa boa ele passa rápido demais.


pára, tempo!

e bem aqui na palma da minha mão!

quarta-feira, 9 de julho de 2008

ê, sum paulo.


Confesso.

tenho sido extremamente injusta com São Paulo.

Injusta, sim; se não displicente.


Em várias conversas e bate-papos nunca deixo de citar Minas:

'porque lá em Minas, a coisa é diferente'

'na minha terra as pessoas são assim'

'aqui é tudo muito diferente' - cara de nojo.


E parei, justamente, pra pensar em como trato carinhosamente minha terra natal.

Ou melhor, como maltrato o estado que me acolhe.


É bem verdade que em muitas dessas conversas a cautela é enorme; as palavras são medidas.

Não porque mineiro come quieto; mas porque, fora dois ou três, meu círculo social abrange paulistas natos - e queridíssimos, diga-se de passagem.


Acontece que foi esse estado que tanto me encheu os olhos e que me hipnotizou.

Trocar a cidade pequena pela cidade grande (não é capital, mas vá lá: para os meus padrões antigos, Bauru é um desbunde) foi um salto e tanto. Faculdade, responsabilidades, saudades, amores e desamores... Toda aquela ladainha costumeira da tal 'mudança de vida'. Que, tenho certeza, não pára na graduação.

Foi bom. Mas não foi fácil.


A comparação que faço de São Paulo - repetitivamente - tem ares dolorosos:

ares de namorada apaixonada;

briga, chora, esperneia e fala mal!

Mas ama - e como ama! - e não consegue ficar sem.

terça-feira, 1 de julho de 2008

ex-trago...


tudo que é ex é, na verdade, um ex-trago.


não.

é.

porque assim...


sempre rola aquela coisa de

meu ex-apartamento

minha ex-idade

minha ex-colega de quarto

meu ex-cabelo

minha ex-amiga de colégio

meu ex-pijama....

(e tudo isso pra não citar o tal do ex-vocês sabem o quê).


tudo que é ex deixa uma saudade. e não uma ex-saudade. é, na verdade, uma pós-saudade.

já que ela só vem quando tudo aquilo se transforma no ex-tudo-aquilo.


e no meio de tanto ex, pós, hífen...


me dá um trago.

não! não um ex-trago.


sábado, 21 de junho de 2008

Minas Gerais...

“Eu sinto muita falta de Minas.
Minas é muito melhor do que São Paulo.
Tenho muita saudade do povo de Minas.
É muito diferente, é outra cultura.
É...a cidade era pequena, então é outro convívio.
Cê passava na rua e cumprimentava todo mundo.
Todo mundo te conhece.
...Ir pra casa da vó de tarde...”

(entrevista cedida ao grupo para análise sócio-lingüística-antropológica).

O resultado foi saudade. e identificação.

e sempre...

"divagar e sempre"
Millôr

quinta-feira, 12 de junho de 2008

a palavra sem definição.



Não importa quem você amou.

Não importa quem você deixou de amar.

Não importa onde você amou;

ou onde gostaria de ter amado.

Não importa se você se machucou;

ou se demorou dias pra tomar coragem pra não se machucar.

Não importam as lágrimas, as cartas rasgadas, as fotos guardadas (pra sempre que bater aquele saudade)...

Não importam os dias de brigas, as noites mal dormidas e as confissões aos amigos.

Não importa se você era criança ou se você já era maduro.

Realmente, não importa o que aconteceu...

Importa que você amou.

E que você continue a amar; sempre.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

nostalgia, e a saudade de novo.


nostalgia é a certeza de que o que passou foi bem vivido.


é, preciso voltar às raízes.

é preciso voltar às raízes.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

eterno pra mais de quando durou...


Por Miguel Falabella



"Trancar o dedo numa porta dói.

Bater com o queixo no chão dói.

Torcer o tornozelo dói.

Um tapa, um soco, um pontapé, doem.

Dói bater a cabeça na quina da mesa,dói morder a língua,dói cólica, cárie e pedra no rim.

Mas o que mais dói é a saudade.

Saudade de um irmão que mora longe.

Saudade de uma cachoeira da infância.

Saudade de um filho que estuda fora.

Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.

Saudade do pai que morreu,do amigo imaginário que nunca existiu.

Saudade de uma cidade.

Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.

Doem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.

Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.

Saudade da presença, e até da ausência consentida.

Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.

Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade,mas sabiam-se onde.

Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.

Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é basicamente não saber.

Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.

Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.

Não saber se ela ainda usa aquela saia.

Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.

Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada;

se ele tem assistido às aulas de inglês,se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial;

se ela aprendeu a estacionar entre dois carros;

se ele continua preferindo Malzebier;

se ela continua preferindo suco;

se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados;

se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor;

se ele continua cantando tão bem;

se ela continua detestando o MC Donald's;

se ele continua amando;

se ela continua a chorar até nas comédias.

Saudade é não saber mesmo!

Não saber o que fazercom os dias que ficaram mais compridos;

não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento;

não saber como frear as lágrimas diante de uma música;

não saber como vencer a dorde um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber se ela está com outro,e ao mesmo tempo querer.

É não saber se ele está feliz,e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos.

É não querer saber se ele está mais magro,se ela está mais bela.

Saudade é nunca mais saber de quem se ama,e ainda assim doer...

Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendoe o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler."

sexta-feira, 30 de maio de 2008


muié trabaiadeira;

bão qui num sobra tempu di pensá bestêra.

jesuis compênsa.

domingo, 25 de maio de 2008

as notas...


me diga por quê;
me dê as razões.
não. eu não preciso que você segure a minha mão.
só preciso das notas pra continuar.

quarta-feira, 14 de maio de 2008


O caos já tá ai faz tempo.


O que se tem agora é a consciência de sua existência.

sábado, 19 de abril de 2008

Manual da Realidade I


1. filhos podem matar seus pais - vide caso Richthofen - e pais podem matar seus filhos - vide caso Isabella, no melhor estilo "eu finjo que falo a verdade; vocês fingem que acreditam".
no melhor estilo José Simão, tô mais pra pingar o meu colírio alucinógeno.
e o pior, é o que o manual não pára por ai.

quinta-feira, 17 de abril de 2008



voltando da UNESP pelo atalho, tem um cruzamento com pare nas 4 extremidades.

eu me perguntei o por quê disso até dias atrás;

quando descobri que às vezes não só é preciso parar pra olhar pra todos os lados. mas também no retrovisor.

seguir, já são outros 500...

segunda-feira, 14 de abril de 2008


o verdadeiro mal das pessoas é quando elas dizem dizer a verdade

segunda-feira, 7 de abril de 2008

crock, credo, ou seja lá o que for...


que seja inutilidade pública falar de moda. mas vamos lá.


eu realmente não entendo o por que de as pessoas usarem aquela sandalinha emborrachada, usualmente de cor "estou-aqui-me-note", com furos parecidos de queijo suíço.


"mas é importado". e daí?

"tá todo mundo usando"(?). e daí?


dentre todas as justificativas para se usar tal acessório (sim, é tão bizarro que as justificativas vêm na embalagem, em 5 línguas distintas, afinal, "é importado..."), a mais plausível foi a de "ser confortável".


até ai, minha pantufa também é super confortável. e eu não a uso para ir ao supermercado.


para bom entendedor, meia metáfora basta.

sábado, 5 de abril de 2008

tudo acaba em pizza...




na embalagem do salagadinho tá escrito "sabor pizza".
mas por que então é que a gente tem que escolher um sabor na hora de pedir pizza?
ai, que fome.

domingo, 30 de março de 2008

casa cheia...


saudade é o que deixam quando vão...


e o que levam da gente.

sexta-feira, 28 de março de 2008

e lá vem ela...

Diga a verdade.
Doa a quem doer.

Doe sangue;
e me dê seu telefone.

e se conselho fosse bom...

quarta-feira, 26 de março de 2008

pedaços de mim, de ti, de nós...

e se hoje eu sou resquícios,
pedaços,
ou talvez cacos,


é pra tentar juntá-los.


pra quem sabe um dia
voltar a ser você inteiro.
eu inteira.
nós inteiros.

terça-feira, 25 de março de 2008

mulher, mulher, mulher...


70% dos pobres do mundo são mulher.
pobre de vós.
pés quebrados na China;
mutilações genitais na África;
violência doméstica no Brasil;
cientistas queimadas e chamadas de bruxa durante a Inquisição.
pobre de nós.

a ciência sou eu...


em recente pesquisa norte-americana, constatou-se que as mulheres se sentem mais seguras ao lado de companheiros não tão atraentes assim. - coisa que eu, modéstia a parte, sempre soube e sempre pus em prática. isso porque, ainda de acordo com a pesquisa, os mais bonitões têm mais chances de outros e diversos relacionamentos (e galinhagem pouca é bobagem).
talvez seja esse o chamado "meu gosto peculiar", tão posto em pauta pelas minhas amigas.

sábado, 22 de março de 2008

getting older and older...

(Before Sunset)


"I guess when you're young, you just believe there'll be many people with whom you'll connect with. Later in life, you realize it only happens a few times..."

maybe i´m getting older.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

meus lares...


fazer a mala é algo tão simples - ou não tão simples assim. de alguns, requer um esforço mínimo físico e pronto. zuum. o zíper fecha.

pra outros, além de listas e dias de atencedência, a mala tem significado especial.
e eu não me refiro aos previnidos. refiro-me àqueles que, assim como eu, vêm um empacotamento de tempo, espaço, vivências, estórias e histórias. a vó que vai junto com o seu doce, a amiga que vai junto naquela carta ou mesmo a chuva do dia em que comprou-se aquele livro ali, no cantinho das meias.

tenho duas casas: uma cheira a comida de mãe, casa de vó, sessão da tarde e madrugadas a fora ovindo o barulho da calha estrategicamente colocada na minha janela e saudade;
a outra cheira a amizades, visitas sem batida na porta, fotos na parede, estudos noturnos, festas, cafeína e saudade.


embora, fisicamente, possa viver nesses dois lugares, minha 'morada' não se restringe a eles.
...tenho, sim, duas casas.

mas meus lares - ah, meus lares... - esses são infinitos.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

vende-se silêncio...


segundo recente pesquisa (que de recente, creio eu, não tem nada), os jovens passam, em média, 4 horas por dia na frente da tv.

sei lá eu se eles não têm nada melhor pra fazer, um bom livro pra ler, ou mesmo algo que os incite a sair de frente da telinha. sobre isso, entretanto, Arlindo Machado fala muito bem em seu texto que ilustra o filme mais recente de Masagão: "1,99 - um supermercado que vende palavras".



fica a dica da reflexão e do filme.


"A fala, principal forma de comunicação da humanidade, é substituída aqui por uma afasia fundamental, que reflete o silêncio, a passividade de uma geração que se cala diante das atrocidades. Só as caixas brancas falam, com sua razão inflexível e suas verdades inquestionáveis. Numa época em que consumimos a guerra no sofá, com pizza e Coca Cola no colo, o filme é de uma cruel atualidade, apontando claramente para a condição de imobilidade a que fomos reduzidos." (Arlindo Machado)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

tão sutil...


reinado de Luís VIX, século XVIII, palácio de Versailles.


os tão exuberantes bailes eram marcados por vestidos com saias de armações enormes; penteados de cabelo que, muitas vezes, de tão altos, tinham a altura do vestido; e uma sedução sutil: as pintas.

pinta ao lado do olho significava "apaixonada";
nas maçãs no rosto, "travessa";
nos lábios, "disposta a flerte".

mais sobre a sutileza do que sobre a sensualidade.




Noite de natal...



"Fernando Silva dirige o hospital de crianças, em Manágua.
Na véspera do Natal, ficou trabalhando até muio tarde. Os foguetes espocavam e os fogos de artifício começavam a iluminar o céu quando Fernando decidiu ir embora. Em casa, esperavam com ele para festejar.

Fez um último percorrido pelas salas, vendo se tudo ficava em ordem, e estava nessa quando sentiu que passos o seguiam. Passos de algodão: virou e descobriu que um dos doentinhos andava atrás dele. Na penumbra, reconheceu-o. Era um menino que estava sozinho. Fernando reconheceu sua cara marcada pela morte e aqueles olhos que pediam desculpas, ou talvez pedissem licença.
Fernando aproximou-se e o menino roçou-o com a mão:
- Diga para... - sussurou o menino. - Diga para alguém que eu estou aqui."

(Eduardo Galeano)

só pude, então, fechar o livro e me contentar com minha perplexidade...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

tudo ou nada



"Porque o que é perfeito não precisa de nada"

(Alberto Caeiro)

nada :


do Lat. nata de nulla res nata

s. m.,
a não existência;
ausência de quantidade;
coisa nenhuma;
inanidade;
ninharia, bagatela, inutilidade;
pron. indef.,
nenhuma coisa: Nadafoi feito para salvar as espécies em extinção.;
adv.,
não, de modo nenhum.

ah, como eu, boa humana,...

preciso de tudo!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

filhos e amor e sonhos...


"Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!"
Poema Enjoadinho - Vinícius de Moares.


e enquanto vinícius
fala de filhos,
eu usaria suas palavras,
tranqüilamente,
para falar de amor.
ou de sonhos.
ou de ambos.

E eu...


"estou exatamente onde queria estar"
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças



se eu soubesse onde estaria,
com quem estaria....
quem sabe, assim, o começo fosse mais fácil.



eu não soube onde estaria;
e muitas vezes não quis - saber ou estar.
foi muito mais saboroso desse jeito.



(de coração a: nati, geisa e fá.)

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Tempestade em copo d'água...

(ilustração: 'tudo sobre minha mãe')

- já reparou que a gente cresce mais quando tá nunca situação difícil? ou em crise?

- já reparou que quando a gente tá feliz demais... a gente tá feliz demais pra reparar o quanto mais pode crescer?


Pode entrar...


- só não repara a bagunça.




- reparo não.
eu reparo é o sorriso;
eu reparo é o olhar;
o que vale é o que tá dentro; (paixão ou amor, quem sabe.)
e o que sai - em forma de abraço.

Por quê...

(imagem de Wu Guanzhong)
- por que as flores e os frutos são sempre mais coloridos que o caule?
- porque o caule sempre reserva o seu melhor para doar aos outros....

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Dom Quixote que se cuide...


"... No fundo de um cárcere foi concebido o Dom Quixote, o mais andante dos cavaleiros."

Eduardo Galeano


e lá longe, onde cavalo é meio de transporte e globalização é um aparelho embutido em telhado de casa, a gente é mais gente pelo suor cotidiano; pelo sofrimento com sorriso; e pelo sorriso sempre estampado.



a impressão que dá é a de que não são eles que passam pela vida; é a vida que passa por eles.