domingo, 5 de fevereiro de 2012

Os filmes de janeiro

Semana retrasada avistei no cinema 9 filmes que eu queria ver. Como nem só de filme vive o homem (e como nem só de ingresso de cinema se faz a minha despesa mensal), consegui ver 4 - só nas últimas duas semanas. Vamos a eles?

Os Descendentes


Tô adorando essa onda reversa do cinema. Já tinha sentido isso com o Tom Hanks em Larry Crowne e agora com George Clooney em Descendentes. Grandes atores fazendo filmes menos comerciais, mais sensíveis e low-profile. Fui pra sessão sabendo mais ou menos o que esperar porque o trailler é daqueles que dá a história pra você saber o desenrolar. Mas mesmo assim fiquei muito surpresa

O ritmo da história é uma delícia, e as paisagens também. Mesmo assim, sem ter grandes cenários montados, figurinos elaborados ou uma trama extremamente meticulosa, o filme é lindo e encanta. Como eu disse no twitter, Os Descendentes não é um filme sobre amor, nem família, nem traição, nem casamento. É um filme sobre como a vida deve seguir em frente.

Com pitadas de humor e muita leveza, Gerogey Clooney faz o que eu acredito ser a primeira interpretação não-sexy ou galã dele, abrindo todo o palco pra atuação das suas "filhas" no filme, Shailene Woodley, a mais velha, que, particularmente acho, vai ser a nova atriz adolescente dramática de Hollywood com uma atuaçao delicada e muito profunda; e também pra Amara Miller, que interpreta a filha mais nova, e que tem tudo pra ser a nova Little Miss Sunshine, com tiradas e entradas nos diálogos das cenas de fazer rir e se simpatizar com a menina.

Não sei se é um filme pra vencer o Oscar. Mas é um filme pra ver a vida, e isso vale mais.

Um Dia

Não vou falar muito de Um Dia porque eu me decepcionei e aqui cabe uma ressalva muito rápida: é um filme ma-ra-vi-lho-so, com Anne Hathaway falando um inglês britânico fofo e o Jim Sturgess aquecendo o coração de todas nós, mulheres apaixonadas por um inglesinho.
Acontece que eu não tava PREPARADA para o final do filme. Fui esperando uma coisa pelo trailer e me decepcionei, fiquei puta, queria levantar e falar "Pára tudo! Cadê o procon? Volta ai e faz de novo pelo amooooor de Deus.".


Mas como um todo, é um filme muito bom e bastante passional. Durante o filme dá tempo de ficar com dó da Emma (Anne), com raiva do Dexter (Jim), com pena dele e com nervoso dela. A narrativa é interessante mas preferia alguma coisa com um ritmo mais intenso, ao invés de pontual - como é. Cenários lindos (Inglaterra), fotografia delicada e romântica, diálogos de amigos que desde o começo você vai saber que ficarão juntos um dia. Enfim, turbilhão de emoções e minha cena preferida ficou por conta desse lindo ai gritando pra uns ladrões de roupa "isso não é um tênis, é um mocassim!".

Esse filme é sim sobre amor, sobre a família, sobre as nossas escolhas e, também, sobre como a vida deve seguir em frente e como isso só depende de nós. Vale a pena, mas vá preparado porque tudo pode acontecer.

O Espião que Sabia Demais

Um bom filme, mas que poderia ser cortado e publicado somente os 50 minutos finais. E ai eu pergunto: um filme que pode ser cortado e publicado somente com os 50 minutos finais é um bom filme? Trama lenta, extremamente detalhista, nada linear. Nos 40 minutos iniciais, metade da sala tinha desistido. Da metade que ficou, uma metade dormia e a outra tentava entender.


Tirando a primeira hora, então, é um filme interessante que tem atuações impecáveis. Cada um dos atores desempenha muito bem mas isso se perde na narrativa confusa e lenta. Pra mim não vale a pena, mas quem sou eu pra te falar pra não ir ao cinema.

Millenium

Por último, Millenium - o homem que não amava as mulheres. Filme incrível, com uma história muito bem desenhada e cativante. Se tivesse 4 horas, você ficaria ali sentadinho, com vontade de fazer xixi, só pra saber o final do filme. Não vi a versão sueca mas gostei bastante da americana. Todos os fatos são muito bem amarrados e por isso, mesmo quando a história vai chegando ao final, você não sabe todas as respostas. Intrigante até o último segundo, e forte, muito forte.

Daniel Craig cumpre bem o papel de gostosão bom no que faz que descobre tudo e a melhor atuação fica por conta de Rooney Mara, a garota com a tatuagem de dragão (em tradução livre para o nome original do filme), que surpreende desde a aparência, postura e comportamento até a relevância que toma na trama.

Vale muito a pena e eu espero que tenha sequência, porque a dupla ornou e o filme é o tipo de filme de entretenimento que cumpre o seu papel.


Também vi alguns outros filmes em janeiro, tanto no cinema quanto na TV, mas acho que são esses os que merecem destaque por aqui. No quesito livros também tivemos meta batida, mas isso fica pra uma próxima hora.

Nenhum comentário: