sábado, 19 de abril de 2008

Manual da Realidade I


1. filhos podem matar seus pais - vide caso Richthofen - e pais podem matar seus filhos - vide caso Isabella, no melhor estilo "eu finjo que falo a verdade; vocês fingem que acreditam".
no melhor estilo José Simão, tô mais pra pingar o meu colírio alucinógeno.
e o pior, é o que o manual não pára por ai.

5 comentários:

Unknown disse...

Bem contextualizado, agora, a questão verdade, senhorita Nina.
Verdade-na-realidade. Hmmmm
Agora sim, mas, primeiro, vamos relevar que eventos cotidianos são parcialmente orquestrados pela mídia: informatividade-mente-controlada-sem-que-você-saiba. Outra vez, a questão das meias-verdades.
E o pior é que o cara que faz parte da mídia recomenda pingar colírio alucinógeno! Convenhamos, o maluco tem bons trocadilhos, muito engraçados, mas ele já deve tomar os seus alucinógenos da vida - quem sabe? Pingar alucinógenos? Que verdade há nisso que nos libertará? Há com certeza uma boa possibilidade de fugir da realidade, ironicamente, é óbvio, mas fugiremos pra Saturno, para os anéis de saturno: para onde mais seria mais justo para os homens de bem!??
A realidade midiática não possui verosimilhança confiável - é uma plausividade-enlatada-creditada-como-verdade-irrevogável.
Nem a própria realidade é a verdade. A realidade da mãe da Isabela é uma, a dos investigadores é outra, a dos suspeitos é outra: mas a verdade é uma só. Infelizmente, todos estamos numa encruzilhada quanto às versões dos fatos, ao que eles implicam, ao que é realmente fato, e ao que é falseado. Infelizmente não há Charles Chaplin no jornal nacional, na folha de são paulo, nos assassinos inconsequentes, na sinceridade forjada dos encurralados pelo medo.
Numa hora dessas, meu Deus, até eu penso em pingar alucinógenos nos olhos e mandar tomar no CU toda essa porra de sociedade em que o livre arbítrio arbitra as ações nefastas de certos indivíduos em detrimento do extermínio de inocentes seres humanos.
Onde está a verdade que nos libertará, OH CÉUS, EU ME PERGUNTO!?!?!

Em nosso mundo, este lindo planeta Terra, no entanto, desde o começo desta nossa humanidade CONHECIDA, tem sido agridoce, ou seja, doce e amarga ao mesmo tempo. Como diz em Vannilla Sky, "o doce não seria tão doce sem o amargo".
O homem não aprendeu em oito mil anos de sua conhecida existência a dizer a verdade, e não é agora que a sociedade precisa ficar impressionada com esse fato.
A verdade pernamecerá individual até o fim dos tempos, pois nós vivemos num plano dualístico de seis bilhões e meio de pessoas. De fato, é muita gente.
Gosto de crer que nós, a sociedade e suposta civilização contemporânea, não evoluiu muito desde Sócrates. Sócrates viveu há dois mil e quinhentos anos, e ele foi um cara que lutou ferrenhamente sempre pela verdade contra uma sociedade hipócrita, e tinha argumentos tais que ninguém, nem toda a legião de intelectuais atenienses poderia contra aquele homem, que apenas dizia a verdade e nada mais. Sócrates? Crucificado. Jesus? Crucificado. Osho Rajneesh? Crucificado. Muitas verdades libertadoras do homem, muitas crucificações.
Então é melhor que a verdade da realidade seja mantida muito abaixo de sete palmos.
Na sociedade, todo mundo finge que fala a verdade, e alguns fingem que acreditam.
Dois mil e quinhentos anos, e o que ganhamos com isso? verdade? paz? harmonia entre os homens? gratidão para com a existência? NÃO! ganhamos tecnologia. Tirando a tecnologia, estamos na idade média.
Tire a tecnologia da sociedade contemporânea e todos estarão mental e consciencialmente na idade média - ou antes.
Mas é óbvio que para os "contemporaneozinhos" isso vai soar como um insulto.
Mas a verdade dói.

Isabela? Garota brasileira assassinada?
Que tal noticiarmos e nos impressionarmos com cada criança africana que morre de FOME a todo momento que passa - porque, naturalmente, países ricos estão jogando milhões de toneladas de alimentos no oceanos para não prejudicarem as suas economias!!? É óbvio, se você começar a distribuir alimentos gratuitamente(e a Terra tem recursos pra isso), os que estão pagando começarão a se indagar porque eles estão pagando e outros não, de modo que os que produzem não estarão interessados nesse impasse entre quem paga e quem não paga: todo mundo tem que pagar. Então, em nome da estabilidade da economia, é melhor que 2 bilhões de pessoas no mundo inteiro passem fome e que morram, e que vão para o inferno. Que alarde há sobre isso na mídia-mente-controlada? Esta é a nossa chamada civilização. A civilização da mentira.
É bom que morram mesmo, são submundo: é o que está estampado na testa aterradora dos poderosos fracassados.
E há problemas ainda maiores. O aquecimento global aniquilará TODA a raça humana em uns 40 anos. Essa é uma verdade interessante. E é bem pior que um assassinato supervalorizado e ultrasensacionalizado pela mídia numa nação em particular. Mas quem se preocupa? A verdade é inconveniente. Nós não podemos fazer nada.
Verdade?
Hitler disse: "Conte uma mentira muitas vezes e ela se tornará verdade."
É anestésico.
A média dicernitiva humana está tão assimilada pela mentira, ou seja, pela meia-verdade, que fica difícil sair desse estado alucinógeno. E não que devemos pingar colírio alucinógeno. Afirmar isso é uma burrice sem igual. Coisa de retardado mental.
Todos já estão usando colírios alucinógenos, de modo que o que ocorre no mundo não cabe a você mudar. O mundo é cruel lá fora, realmente.
Nós não poderemos fazer ninguém falar a verdade, mas poderemos encontrar a verdade por nós próprios. O mundo é agridoce. É bittersweet. Cada indivíduo é o mundo, e isso pode ser dito como verdadeiro.
Mas quem determinará a verdade sobre o caso da Isabela? No máximo, por mais evidências que existam, sempre estará, uma investigação, restrita aos ditames interpretativos, logo, à não-verdade, ou meia-verdade.
Não adianta se lamentar. Ela já morreu. Justiça?
A quem cabe julgar? um bando de juris interpretativos? o que há de verdade numa interpretação?
A verdade não pertence a ninguém. Ela pode chegar até você, mas você não pode chegar até ela. E uma vez que ela esteja em suas mãos, você não pode impô-la aos outros. Um juiz é um ser humano, afinal.

A verdade da realidade é que as nossas bases estão fundamentalmente falsas - as bases educacionais, éticas, políticas, sociais. Totalmente erradas.
Nossa civilização é póstuma. Ela ainda não aconteceu. Com a morte de bases velhas e obsoletas, uma nova poderá surgir, algo extemporâneo, intempestivo, além da abordagem corrupta e extrema, fundamentada na negligência como agora é.
Não adianta espernear. É o mesmo que chorar pelo impossível. É o mesmo que chorar pelo estrago JÁ feito.
Uma nova consciência humana é a ÚNICA esperança.
Estará baseada na verdade, sem dúvida, como gostariam que estivesse aqueles que foram crucificados em nome dela.
Do jeito que é tudo atualmente, só resta celebrar, como diz Renato Russo, pois nós ainda não somos telepáticos pra se saber a verdade das afirmações alheias.
Resta celebrar. Cause it's a bittersweet symphony this life....



"Vamos celebrar
A estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja
De assassinos
Covardes, estupradores
E ladrões...

Vamos celebrar
A estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação...

Celebrar a juventude sem escolas
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião...

Vamos celebrar Eros e Tanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade...

Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta
De hospitais...

Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras
E seqüestros...

Nosso castelo
De cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia
E toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã...

Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração...

Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado
De absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos
O hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
Comemorar a nossa solidão...

Vamos festejar a inveja
A intolerância
A incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente
A vida inteira
E agora não tem mais
Direito a nada...

Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta
De bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isto
Com festa, velório e caixão
Tá tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou
Essa canção...

Venha!
Meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha!
O amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha!
Que o que vem é Perfeição!..."

Renato Russo.

Simplesmente, Renato Russo...

Só a Verdade nos liberta....

V.H. de A. Barbosa disse...

O mandamento cristão cai por terra.

Marcelo Fruta Antunes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Marcelo Fruta Antunes disse...

Tô meio por fora. Só li o último post

Oh! shit!!!hauahuahuahauh


Se, num dado momento, ongelássemos a existência existiriam mais de 6 bnilhões de verdades sobre cada coisa.No próximo momento observado haveria tantos outros bilhões de verdades. Porque a verdade é subjetiva e, portanto, circunstancial, uma vez que estamos sujeitos ao tempo, cuja ação modifica a tudo que não é perfeito (= feito por competo). O homem é e sempre será inacabado. A vicissitude é a única perene.

Mas também sabemos que a subjetividade é uma conseqüência dialética da intersubjetividade, da vida social. Então,dificilmente não somos engolidos por essas verdades; elas são a fundação para pensarmos e construirmos nossa cultura. Precisamos de algum ponto de partida para tecermos nosso repertório.

Vou parar com isso pq a Totonha tá batendo à minha porta!!!)


Não sei se sou pior quando não tenho uma "boa" visão ou quando a percebo e sou hipócrita. Estou todo dia pingando o meu colírio alucinógeno. Seja quando vou trabalhar, quando estou na sala de aula, numa festa, num copo, numa cama, num prato, absorto em qualquer coisa que não vá muito além de mim... Cada uma de minhas ações encerra uma omissão.

Uma renúncia que inercialmente segue.

Há dias que isso me incomoda mais, outros menos. Tudo depende...

Olha... O mandamento cristão cai por terra porque o homem - terreno - nunca ascendeu ao céu.

Unknown disse...

"O mandamento cristão cai por terra porque o homem - terreno - nunca ascendeu ao céu."

uahuhauhauhauhauhauhauh