domingo, 14 de agosto de 2011





hoje, dia dos pais, é o quinto ano consecutivo que eu passo longe do meu pai, longe do tradicional almoço de família.

acho que nos primeiros anos posso até ter tentando disfarçar o incômodo.
acontece que hoje em dia, acreditada no amor, nas coisas boas da vida e nas pessoas, eu não disfarço mais o incômodo e digo pra todo mundo que é "meu quinto ano longe do meu pai nessa data" como uma trakinas: meio chocolate meio baunilha.

tudo isso porque eu sofro por não estar lá, tomando um chopp e comendo uma costela no Costela, ou simplesmente ajudando a colocar a mesa e chamando em cima da escada da sala da frente, daquele jeito que eu só coloco a cabeça e falo "vem almoçar, pai". eu simplesmente não estou lá. não estou lá e por isso não consigo abraçar e beijar, olhar no olho pra convesar. eu, que sou tão eu.

por outro lado, do outro lado da linha, quando eu falo de saudade eu escuto alguém firme, falando de orgulho. eu falo de saudade ele fala de orgulho. eu falo de saudade ele fala de como é feliz em saber que eu segui meu caminho, fiz a minha vida e que agora, "é isso ai, filha. segura firme que daqui a pouco a gente tá ai".

engraçado em saber que só consegui trilhar meu caminho, pra longe, com a base firme e sempre presente que ele me deu. é como se você tivesse me balançando e eu querendo, as usual, sempre ir pra longe , mais longe, mais pro alto.

você me empurrando, concentrando forças, esforços tempo... e eu indo mais pra longe.

que bom que eu te orgulho, por que é pra isso que eu vivo, Pai.

e toda vez que eu ligar, e nessa ligação você me chamar de baratinha, eu vou pensar "que bom, porque a minha saudade é o seu orgulho...".
e quem sabe, no final das contas, você também não se orgulhe em eu sentir saudades sabe por quê? porque no final das contas, quando todo mundo me elogia, quem deveria agradecer é você, meu pai.

meus olhos azuis mais lindos do mundo.
mais lindo que o céu de minas no dia mais lindo de inverno.


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