às vezes a gente tem mania de segurar umas coisas na gente que não necessariamente são parte da gente.
a gente segura tão forte, tão firme, tão perto que vira folha. e a gente vira galho.
quando a gente vai lá no alto, naquele último pedacinho de galho pra arrancar a folha que já está lá, ficando seca e feia, a gente se machuca.
se machuca porque foi tirado a força.
contra a vontade do tempo, que cura tudo.
contra a vontade do coração, que não tem nem idéia do que faz.
mas quando vemos a folha lá no alto, bem presa mas bem murcha, e respeitamos aquele pedaço de nós, o tempo faz o seu papel.
ele, autônomo que só, leva o tempo que quiser.
mas em algum momento, em um vento qualquer, a folha cai.
e quando cai por querer, porque chegou o seu tempo de não mais pertencer ali, não deixa vestígio.
não deixa marca.
não deixa cicatriz.
e a seiva, que corre ali dentro daquele tronco, e que não mais alimenta a folha, nem se arrisca a aparecer, nem se arriscar a chorar a perda - every single drop é guardada para não haver disperdícios.
a folha vai embora. simples assim.
e o galho, pronto, novo "em folha", se prepara para a próxima nova folha.
folha nova que vai ser alimentada pela mesma seiva que se recusou a chorar quando chegou a hora (e o tempo certo) da folha velha ir embora.
esse texto foi baseado no pensamento abaixo:
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