terça-feira, 27 de outubro de 2009
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
mania
mania nossa de ver mais beleza na tristeza do que na alegria.
mania nossa. mania boba. mania tosca.
mania nossa. mania boba. mania tosca.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
os olhos.
ela olhou nos olhos.
eles olharam-se nos olhos.
as mãos acidentalmente se tocaram, como que por atração física literal.
não teve música, não teve sino, não teve nada tocando.
"é ele". "é ela".
soube instantaneamente, como se fosse aquilo que esperara por toda a sua vida.
- ESTAÇÃO TRIANON MASP.
ela olhou nos olhos.
eles olharam-se nos olhos.
e partiu.
eles olharam-se nos olhos.
as mãos acidentalmente se tocaram, como que por atração física literal.
não teve música, não teve sino, não teve nada tocando.
"é ele". "é ela".
soube instantaneamente, como se fosse aquilo que esperara por toda a sua vida.
- ESTAÇÃO TRIANON MASP.
ela olhou nos olhos.
eles olharam-se nos olhos.
e partiu.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
entre um e outro
ele tinha acordado com o pé esquerdo.
logo de manhã, tomou um gole de café gelado e manchou a camisa branca.
na hora de sair pra almoçar, o chefe chamou pra uma reunião que durou três horas e estabeleceu três novos prazos - sem ter cumpridos os três anteriores.
depois do salgado na esquina, ele foi ao banco pra conferir que estava negativo e que o cheque especial já tinha estourado (há mais de uma semana).
quando entrou no carro e conferiu a gasolina na reserva, teve que se contentar com o portão quebrado, e abri-lo na marra, no manual.
tudo isso já seria tão ruim se, a uma quadra do destino, quase que sem querer, não tivessem batido na traseira do seu carro novo - os plásticos continuavam no banco -, depois de uma hora e meia no trânsito.
---
ela não voltava pra sua casa fazia dois meses. dois meses sem comida de mãe, sem abraço de vó.
mal dormia pra manter o bom estudo; pra manter-se por ali com o que ganhava no dia-a-dia.
a geladeira sempre estava vazia, mas o sorriso sempre estava tão cheio de alegria que o supermercado era passeio.
o aluguel amentou; o cano do gás tinha estourado e o chuveiro não sabia o que era "verão" e o que era "inverno".
as roupas tinham dormido na sacada e sido lavadas uma segunda vez.
entre a parte da manhã e a parte da tarde, aproveitou o horário de almoço e escreveu.
escreveu as palavras mais bonitas que já tinham sido escritas, numa ordem perfeita entre carinho e sabedoria. porque ali havia sabedoria: o balanço ideal pro amor não interferir entre as linhas e desalinhar os pontos.
dorbou com carinho, colou um adesivo daqueles de caderno e partiu.
---
"onde você tava? tô aqui parado há mais de meia hora te esperando. não tem como vir mais cedo da próxima vez?"
entre rasgar e esconder, ela jogou a carta no chão e se esqueceu, quase que instantaneamente, de todas as palavras bonitas que tinha ali desenhado.
apertou o passo e não se esqueceu de colocar o cinto.
logo de manhã, tomou um gole de café gelado e manchou a camisa branca.
na hora de sair pra almoçar, o chefe chamou pra uma reunião que durou três horas e estabeleceu três novos prazos - sem ter cumpridos os três anteriores.
depois do salgado na esquina, ele foi ao banco pra conferir que estava negativo e que o cheque especial já tinha estourado (há mais de uma semana).
quando entrou no carro e conferiu a gasolina na reserva, teve que se contentar com o portão quebrado, e abri-lo na marra, no manual.
tudo isso já seria tão ruim se, a uma quadra do destino, quase que sem querer, não tivessem batido na traseira do seu carro novo - os plásticos continuavam no banco -, depois de uma hora e meia no trânsito.
---
ela não voltava pra sua casa fazia dois meses. dois meses sem comida de mãe, sem abraço de vó.
mal dormia pra manter o bom estudo; pra manter-se por ali com o que ganhava no dia-a-dia.
a geladeira sempre estava vazia, mas o sorriso sempre estava tão cheio de alegria que o supermercado era passeio.
o aluguel amentou; o cano do gás tinha estourado e o chuveiro não sabia o que era "verão" e o que era "inverno".
as roupas tinham dormido na sacada e sido lavadas uma segunda vez.
entre a parte da manhã e a parte da tarde, aproveitou o horário de almoço e escreveu.
escreveu as palavras mais bonitas que já tinham sido escritas, numa ordem perfeita entre carinho e sabedoria. porque ali havia sabedoria: o balanço ideal pro amor não interferir entre as linhas e desalinhar os pontos.
dorbou com carinho, colou um adesivo daqueles de caderno e partiu.
---
"onde você tava? tô aqui parado há mais de meia hora te esperando. não tem como vir mais cedo da próxima vez?"
entre rasgar e esconder, ela jogou a carta no chão e se esqueceu, quase que instantaneamente, de todas as palavras bonitas que tinha ali desenhado.
apertou o passo e não se esqueceu de colocar o cinto.
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