sábado, 27 de agosto de 2011

Novo em folha

às vezes a gente tem mania de segurar umas coisas na gente que não necessariamente são parte da gente.
a gente segura tão forte, tão firme, tão perto que vira folha. e a gente vira galho.

quando a gente vai lá no alto, naquele último pedacinho de galho pra arrancar a folha que já está lá, ficando seca e feia, a gente se machuca.

se machuca porque foi tirado a força.
contra a vontade do tempo, que cura tudo.
contra a vontade do coração, que não tem nem idéia do que faz.

mas quando vemos a folha lá no alto, bem presa mas bem murcha, e respeitamos aquele pedaço de nós, o tempo faz o seu papel.

ele, autônomo que só, leva o tempo que quiser.
mas em algum momento, em um vento qualquer, a folha cai.

e quando cai por querer, porque chegou o seu tempo de não mais pertencer ali, não deixa vestígio.
não deixa marca.
não deixa cicatriz.
e a seiva, que corre ali dentro daquele tronco, e que não mais alimenta a folha, nem se arrisca a aparecer, nem se arriscar a chorar a perda - every single drop é guardada para não haver disperdícios.

a folha vai embora. simples assim.

e o galho, pronto, novo "em folha", se prepara para a próxima nova folha.

folha nova que vai ser alimentada pela mesma seiva que se recusou a chorar quando chegou a hora (e o tempo certo) da folha velha ir embora.

esse texto foi baseado no pensamento abaixo:

"Deixe que as coisas caiam; não as faça cair. Deixe que a atividade desapareça; não force o seu desaparecimento - pois o próprio esforço para forçar seu desaparecimento é atividade sob outro aspecto. Observe, mantenha-se alerta, consciente, e você deparará um fenômeno milagroso: quando algo cai por si mesmo, por livre e espontânea vontade, não deixa nenhum vestígio em você."

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Relatividade, esperança e uma dúvida.

Einstein já dizia que tudo é relativo.

e é desse princípio que parte outro princípio, o da vida relativizada.
dias relativizados e até mesmo horas.
isso porque vivemos em função de uma expectativa, uma esperança, ou simplesmente esperando uma expectativa ou uma esperança para poder viver em função de.

tem gente que vive em função das férias.
tem gente que vive dia após dia sofridos, esperando o final de semana.
tem gente que vive em função de gente e tem gente que vive em função de bicho.

tem gente que vive pra sofrEr e tem gente que sofre pelo simples fato de viver.

são esses pequenos brilhos de esperanças, esses pontos singulares no espaço-tempo que nos permitem relativizar a nossa experiência e vivência.

bonito mesmo é quando em relativizar (existe essa palavra mesmo?), encontramos nós mesmos, nossas felicidades e nossas esperanças alegres. aqueles pontos que nos fazem esperar por algo ou ter esperança em outra coisa.

hoje, por exemplo, estou em função da chegada dos meus pais no sábado, depois de amanhã.
o dia da partida, no entanto, não tô nem a fim de relativizar (e a dúvida já foi: a palavra existe sim - santo google).
Finalmente alguém que soube me dar um direcionamento - ou pelo menos explicitar o meu sentimento de sumir ou voltar pra onde eu sei que já percebi.

Obrigada, Martha.

"Não há nada mais desgastante do que uma alegria forçada.
Se você está infeliz, recolha-se, não suba ao palco.
Disfarçar a dor é dor ainda maior.”

Martha Medeiros

domingo, 14 de agosto de 2011





hoje, dia dos pais, é o quinto ano consecutivo que eu passo longe do meu pai, longe do tradicional almoço de família.

acho que nos primeiros anos posso até ter tentando disfarçar o incômodo.
acontece que hoje em dia, acreditada no amor, nas coisas boas da vida e nas pessoas, eu não disfarço mais o incômodo e digo pra todo mundo que é "meu quinto ano longe do meu pai nessa data" como uma trakinas: meio chocolate meio baunilha.

tudo isso porque eu sofro por não estar lá, tomando um chopp e comendo uma costela no Costela, ou simplesmente ajudando a colocar a mesa e chamando em cima da escada da sala da frente, daquele jeito que eu só coloco a cabeça e falo "vem almoçar, pai". eu simplesmente não estou lá. não estou lá e por isso não consigo abraçar e beijar, olhar no olho pra convesar. eu, que sou tão eu.

por outro lado, do outro lado da linha, quando eu falo de saudade eu escuto alguém firme, falando de orgulho. eu falo de saudade ele fala de orgulho. eu falo de saudade ele fala de como é feliz em saber que eu segui meu caminho, fiz a minha vida e que agora, "é isso ai, filha. segura firme que daqui a pouco a gente tá ai".

engraçado em saber que só consegui trilhar meu caminho, pra longe, com a base firme e sempre presente que ele me deu. é como se você tivesse me balançando e eu querendo, as usual, sempre ir pra longe , mais longe, mais pro alto.

você me empurrando, concentrando forças, esforços tempo... e eu indo mais pra longe.

que bom que eu te orgulho, por que é pra isso que eu vivo, Pai.

e toda vez que eu ligar, e nessa ligação você me chamar de baratinha, eu vou pensar "que bom, porque a minha saudade é o seu orgulho...".
e quem sabe, no final das contas, você também não se orgulhe em eu sentir saudades sabe por quê? porque no final das contas, quando todo mundo me elogia, quem deveria agradecer é você, meu pai.

meus olhos azuis mais lindos do mundo.
mais lindo que o céu de minas no dia mais lindo de inverno.



Aryel é um homem lindo, de quase um metro e noventa, moreno, alto, bonito e sensual de sobra, com um olhar de matar qualquer um.

conheci em curitiba, na mesma noite em que ele se tornou uma das pessoas mais especiais da minha vida.

ele é daquelas pessoas lindas, bem lindas, que você deseja conhecer na maternidade, só pra não perder nem um minuto ao seu lado.

tem um sorriso maravilhoso, daqueles que te dizem silenciosamente que sim, o mundo vale a pena.



quando as palavras surgem, entre um e outro sorriso, você reafirma a teoria da maternidade, porque tudo o que ele fala faz sentido, é bonito e tem luz.

Aryel foi dessas pessoas lindas, que aparecem do nada para fazer uma revolução na sua vida.

Ele me ensinou tanto em tão pouco tempo que mal sabe. E aqui cabe aquela máxima que há pouco tempo eu tive que usar: eu gosto de despedidas porque é nelas que falamos tudo o que gostaríamos ou, pelo menos, deveríamos.

E Aryel, é assim que me despeço de você.
Com uma dor no coraçao de quem foi te levar pra casa com o acelerador cada vez menos pressionado, querendo que a sua casa não chegasse nunca. Querendo que a tarde no parque não tivesse hora pra acabar.

Isso tudo porque o seu sorriso e você todo são assim: infinitos.

Por isso, que o meu amor por você também continue assim, infinito, te esperando onde quer que for porque onde você estiver, ah sim, com certeza, eu estarei junto. Bem junto.


segunda-feira, 8 de agosto de 2011

i can't

he told me "i'm sorry, but i just can't love you. Instead, I fullfill my heart with my books and musics and favorite movies. and t's not like I don't know if you'll love me back. It's just that I know I'll never stop loving them".

terça-feira, 2 de agosto de 2011

difícil falar.
difícil falar quando se quer terminar a frase com um chamado.
amor.
né, amor?