domingo, 31 de julho de 2011

Carta para minha pequena




Meu amor,

eu tive que ir embora pra longe, antes mesmo de saber que iria embora pra sempre.
naquele dia, chorando muito, te pedi pra cuidar do seu pai.

e nessa carta aberta, que escrevo do fundo do meu coração e com lágrimas nos olhos, esse continua sendo o meu pedido.

cuide do seu pai. ele é uma das melhores pessoas que eu conheço no mundo e quem te ama acima de tudo. ele sempre vai fazer de tudo pra te ver sorrir e, mais, pra te ver saudável. haverá momentos de brigas e desentendimentos, mas nunca tenha vergonha de pedir desculpas, abraçá-lo e dizer que o ama. ele com certeza será o primeiro e o último homem da sua vida, portanto, ame-o como nunca amou ninguém. e deixe-o saber diariamente disso. ele esteve do seu lado sempre, mesmo quando as coisas estava insuportáveis. cuide dele, e cuide do amor que vocês, como pai e filha, têm.

não odeie a sua mãe. e saiba que você tem apenas uma mãe, que te carregou por 9 meses na barriga. um dia você vai crescer e vai entender seus motivos. mas não a odeie, não a deixe se esquecer que o seu amor é incondicional. deixe o seu coração aberto pro dia em que ela quiser se arrepender.

trate com amor as pessoas. elas vão te maltratar, e em algum momento (ou em vários deles) te fazer sofrer, mas se você retribuir com amor, as coisas são mais fáceis e o caminho é menos turbulento. lembre-se sempre que por trás de alguém que fere, está alguém ferido. e que nunca, ninguém, merece ser tratado com menos do que amor.

goste de livros, de filmes e de música. e aprecie-os na sua própria companhia. saber ficar sozinha é amar-se acima de si mesmo, e isso é muito importante. não tenha medo de ficar sozinha mas, se algum dia ficar, saiba ficar bem consigo mesmo.

viaje e aprenda. aproveite as oportunidades pra sair da casca e abrir a cabeça. conheça gente, compreenda as outras culturas e se apaixone pela diversidade. uma pessoa flexível é muito mais feliz do que alguém engessado. saiba que diferenças são fundamentais para uma vida tranquila, e nunca, em hipótese alguma, aceite o preconceito como argumento de qualquer atitude sua. seja aberta, mas seja aberta de coração. o resto virá por consequência.

não se esqueça das suas raízes. independente de pra onde você for, nunca se esqueça de onde veio. e diga isso em voz alta. as pessoas precisam saber do seu amor pelas suas raízes - elas vão te respeitar mais se você tiver esse orgulho pronunciado. demonstra caráter.

nunca seja ninguém mais e ninguém mesmo que você mesma. a sua infância pode não ter sido da mais tradicional, mas você teve 4 mães e 2 pais. você foi muito amada e cuidada. e o mínimo que você pode fazer é retribuir sendo você mesma, sem se deixar influenciar pelo que os outros pensam. alguém, um dia, vai falar alguma coisa que vai te machucar. não deixe que isso te abale. seja você mesma, lembre-se do amor, das raízes e do seu pai, e mantenha a cabeça erguida.

saiba desculpar. somos humanos e vivemos dos erros. sábio é aquele que aprende com os erros dos outros, mas humano é aquele que aprende com os próprios erros. não se castigue pelos seus erros, mas saiba festejar as vitórias. não desacredite de alguém pelos seus erros mas saiba reconhecer suas virtudes. seja amável com os erros e com aqueles que erram. desculpar é o primeiro passo para saber conviver em sociedade e saber amar o próximo.

quase por último, mas não menos importante, acredite nas pessoas. ame as pessoas. respeite as pessoas. seja curiosa com a história das pessoas. pessoas são o que fazem o mundo, o que fazem e desfazem nossos sentimentos, nosso cotidiano, nossa vida. entenda cada pessoa como um ser único, que, provavelmente, se cruzou o seu caminho, é porque tem alguma coisa pra ensinar ou pra aprender. as pessoas vão te magoar, vão te iluminar, vão ser amigas e companheiras, ou simplesmente ignoráveis. mas mesmo assim, mesmo com as dificuldades da vida, acredite nas pessoas porque é só com elas que conseguimos viver com o coração cheio de amor, como se fosse casa de avó em domingo.

por fim, minha linda, não me esqueça.
eu sei que eu parti, e nem seques disse adeus.
mas não se esqueça de mim.
não pelas noites em que cuidei de você, ou pelos brinquedos que comprei com tanto amor, pensando em como você ia sorrir quando abrisse.
não pelas vezes que te levei ao pula-pula ou que fomos viajar pra você sair da caixinha.
não me esqueça porque eu te amo.
e lembre-se de mim como alguém que você tocou profundamente...
alguém que você trasformou em mãe antes mesmo de gerir...
lembre-se de mim como alguém que sofre muito em estar distante, mas é muito feliz pelo simples fato de você existir.

lembre-se, sempre, de mim como alguém que quer que você seja feliz.
mesmo de longe, e mesmo morta de saudade.

tudo isso, minha pequena, porque não importa o que eles digam, eu sou a sua mamãe tia má pra sempre.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

é muita saudade pra um coração só.

é muito amor pra uma pessoinha tão pequenininha que eu vi aprender a falar.
que eu vi deixar a fralda. e eu tava lá nesse dia, ô se tava.

é muito amor
pruma toquinho de um metro que eu marquei na parede, mês por mês, o quanto crescia.

vi ter sarampo, vi ter refluxo.
vi bater um prato atrás do outro, e vi fazer manha porque não queria comer.

vi dormir de noite e vi dormir de dia, a pequena.
vi e vi e vi e vi e vi a era do gelo e avatar. sei lá quantas vezes. seguidas.

parei de comprar roupas pra mim e só comprava roupa pra ela.
parei de comprar cerveja e comprava kinder ovo.

é muito amor pra um coração só.
é muita, muita muita saudade pra uma pessoinha assim.

eu tava lá quando ela largou as fraldas, quando ela aprendeu a pular.
mas eu já não estava lá quando ela deixou de usar chupeta.
e pior, eu não estava lá quando ela perguntou se eu não seria mais a sua "mamãe".

domingo, 24 de julho de 2011

A princesa e a ervilha

há uma fábula infantil que conta a história de uma princesa que não sabia que era princesa. pra descobrirem se ela era mesmo a princesa, colocaram uma ervilha embaixo de 10 colchões nos quais ela ia dormir.

se ela sentisse a ervilha, era princesa. se não reparasse, era uma mulher comum. apenas uma mulher comum.


no mundo, existem dois tipos de mulheres. as princesas e as comuns; as que se incomodam com a ervilha e as que dormem bem anyway.

a única diferença entre elas, o único detalhe que faz com que haja princesas e não princesas, é se incomodar com as ervilhas da vida, independente de quantos colchões hajam por cima.

falta de educação, é uma ervilha.
falta de consideração, outra.
gente pedante, ervilha.
falsidade, outra ervilha.
indelicadeza, impaciência, incoerência, mau humor, irresponsabilidade. todos... ervilhas.

as mulheres comuns se acostumam, se sossegam assim - como melhor lhes convêm. acham desculpas para não sentir as ervilhas, ou não as sentem mesmo. Acreditam que um dia a ervilha vai murchar, ou que é só uma falha da madeira. não há o que ser feito. conformam-se (outra ervilha).

e não estão erradas porque, oras, são apenas comuns. e ervilhas.

as outras, no entanto, não se conformam. não importam quantos colchões, elas simplesmente sentem a ervilha. e não se conformam.

esperam (esperam no sentido de ter esperanças) por que sabem que são diferentes.

afinal, existem dois tipos de mulheres.
e elas, definitivamente, são as princesas - e pra elas, qualquer ervilha incomoda.

sábado, 23 de julho de 2011

Entre a notícia de que eu vou ter que desembolsar uma grana preta no conserto da minha porta e o almoço, eu fui dar um cochilo.

Meio dormindo ouvi sobre a morte de Amy Winehouse. E quando acordei não quis acreditar, pensando ser um desses sonhos doidos que eu tenho, que parecem tão reais que eu não sei se foi verdade ou se foi sonho.

Era verdade. Amy Winehouse, que tem álcool até no nome, morreu aos 27 anos em Londes, UK.

Acontece que assim como Amy, outros tantos talentos se foram aos 27 anos. Hendrix e Joplin também se fartaram de ficar por aqui, anunciando lentamente a sua auto-degradação - e foram se degradar pra lá.


Amy vai num fluxo previsível. Anunciado. Esperado.
E talvez isso seja o mais triste...

Esse jovens talentos Foram cedo, mas marcaram tanto.
Marcaram tanto que se tornaram imortais.

A gente tentou levar a Amy pra rehab.
But she said no, no, no.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

campeã mundial em quebrar o coração de bons rapazes.

bi-campeã universal de se apaixonar pelos caras ridículos.
hoje eu fui pra área externa do bar atender uma ligaçao e fiquei observando as pessoas por ali.

em sua maioria mulheres, choramingando ligações nunca recebidas.
promessas nunca cumpridas, desejos não realizados.

em sua maestria esplêndida eles, os homens.
e tão sempre amaldiçoados.

ele não ligou, ele não me quer, ele me enrolou, ele disse aquilo ou ele deixou de ser isso.

tudo me remetendo a uma crônica que li há muito tempo, que dizia mais ou menos assim:

sofremos tanto, queimamos sutiãs em praça pública, fizemos marcha pela liberdade sexual, nos rebelamos, nos encontramos, galgamos cargos altos, salários maiores ainda... e ainda assim, depois de tudo isso, queremos ser a mulherzinha do lar.

o meu intuito é o trabalho, o conselho do amigo é desencanar.

engata que primeira que tudo vai.
mas nunca se esqueça de quem ficou com os peitos de fora para que tivessemos a liberdade que temos hoje.

terça-feira, 19 de julho de 2011

eu sei que não é pra ser agora,
que não é pra já,
que nem seja ele.

mas às vezes a gente quer tanto uma coisa
que fica cega pra tudo o que deveria não querer.
hoje bateram no meu carro e por isso o texto é bem literal.

bateram assim, de lado, e eu fiquei vendo meio que em câmera lenta o carro vir.
e enxerguei ele parar mas ele nao parou.

eu parei, olhei pra frente e desci do carro.
tão serena que eu achei que era sonho.
auto controlada que só, sem saber quem estava certo quem estava errado, só a fim de resolver a situação porque de dores de cabeças já me bastam as enxaquecas diárias.

eu acho que eu tava errada porque afinal de contas eu tava na esquerda dando sinal com a seta e com o braço do meu carona, explicitando de todas as maneiras possíveis que eu precisa ir pra direita.
e eis uma coisa que me incomoda muito no trânsito, ainda mais no trânsito mal educado de Curitiba:
eu só dou seta po um único e only motivo: PRECISO IR PRAQUELE OU PRA ESTE LADO. você não me deixar passar só vai afetar o trânsito atrás de mim, e, em algum momento, alguém vai ter que me deixar passar porque imagine só ficar parada mais de 10 horas esperando alguém te dar passagem.

enfim.
dei meu telefone igual malandro: sei que ele não vai ligar porque o carro velho dele amassou o meu carro.

e é aí que eu não sei qual é o melhor pensamento pra fechar essa catarse.

não tô nem ai de quem foi a culpa. eu pago, eu conserto eu fico aqui na minha.

sei que eu tô pagando pela minha serenidade.
e também pelo conserto do carro.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

era pra ser dos amores mais lindos.

mãos entrelaçadas, beijos estelados, suspiros arrepiados.
nucas transeuntes, fôlego acelerado, dedos entrelaçados..

era pra ser um amor sem igual.
carinho no caminho, cabelo escorrendo e sorriso sem tamanho.

era pra ser um amor sem limite.
conversa sem beijo, palavra sem som, olhar com tom.

era pra ser um amor indescritível.
amizade sem frase, viagem sem beira, show sem glamour.

era pra ser aquilo que cada um de nós havia sonhado.
não fossem as expectativas.
que ele pediu pra que ela não tivesse.

e ela, logo ela, tão sentimental,
respondeu que tudo ficaria bem.
porque, com ela, tudo sempre fica bem.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

"Essa é uma verdade existencial.
Somente pessoas que são capazes de estar a sós,
são capazes de amar, de compartilhar.
De ir até o âmago da outra pessoa sem possuí-la,
sem se tornar dependente do outro,
reduzindo o outro a uma coisa,
e sem ficar viciado no outro."
Osho.

do lindo do aryel, uma alegria morena e alta que apareceu na minha vida.

sábado, 9 de julho de 2011

a gente tenta ser legal e fazer tudo certinho.

mas as pessoas são pessoas, oras.
e horas depois, a gente tá gritando no telefone porque simplesmente não aguenta mais.

e ai você descobre que também é humano,
porque aquela veia ali no pescoço tá latejando.
confusão na escrita deve ser um sinal pra ficar em silêncio.