quarta-feira, 11 de maio de 2011

Ensaio sobre a rotina

Carta enviada a uma amiga na manhã de 11/05/2011.


Ontem o 30 day song challenge me fez pensar em você e me matar de saudades por ter ficado tão longe por tanto tempo.

Formei, entreguei o diploma, empacotei os livros empoeirados (entre eles metamorfose), doei panelas velhas, olhei pela última vez na janela que dava pro pôr-do-sol mais bonito e supreendente do Brasil, entrei no carro e fui embora.

Fui embora pra onde não ia ficar por muito tempo. Mas pra onde sempre foi meu.

Não sei se você sabe, mas quando eu recebi o resultado, comemorei um fim de semana pra chorar uma semana, quando soube pra onde ia.

Sempre e por quantas vezes o destino keeping me away de São Paulo. Dos cinemas na Paulista, do trânsito caótico, de tantas pessoas queridas por lá.

Há de haver um motivo - é sempre o motivo que encontramos pra acalmar os ânimos, respirar fundo e seguir em frente.

É claro que em pouco tempo os rótulos todos se dissolvem e a rotina engole o glamour de qualquer imaginação - e é por isso que eu gostei tanto do casamento real: vamos sonhar um pouco mais?

Aqui as coisas estão corridas. Apanho de dia, saio daqui tarde e de noite choro de saudade.

Não sei se saudade da minha vida de cursinho, da minha infância moleque ou se da vida mansa da faculdade.

Não sei se choro porque crescer dói.

Porque crescer é como rasgar a pele e ir se esforçando pra sair daquele monte de matéria passada, que já não cabe mais em mim, ou sou eu que não caibo mais nela?

E rasgar a pele dói.

Nem sempre acordamos borboleta e nem sempre, humanos que somos, enxergamos as cores.

A gente faz o que pode pra continuar respirando com dor; aquela dor gostosa que faz perceber que somos humanos e que continuamos vivos.

E foi assim, com dor gostosa de ouvir as primeiras notas de Slow Dancing in a Burning Room que eu senti dor de saudade de você e de tudo que já fui e de tudo que ainda sou.

Se é a rotina que nos tira das nossas dores, é a dor que nos devolve à vida.

E à saudade, e à agonia, e à felicidade, e à amizade...



Com amor, Mucha.

(Porque essa formalidade toda aqui embaixo é sem-dor)
Marina F CAMARGO
ESPEC I NEG DIR | HSBC Bank Brasil S.A.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Não entendo gente que prefere ser triste do que ser alegre.

Assim como não entendo as críticas ferozes à alegria e a toda a sua forma de manifestação.

Por exemplo? Restart.

Vivemos daquele jeito turrão já descrito aqui embaixo,

e ai quando uns muleques crianções aparecem cheios de calças coloridas, cantando sobre amor, liberdade, paz e sei lá o que, todo mundo mete o pau porque eles cantam mal, porque eles são desafinados e porque - por tuuuudo isso - são gay (oi?).

Restar, Luan Santana, O Baralho a Quatro.

Prefiro sua breguice alegre do que as inteligências tristes.

Prefiro calças coloridas cantando sobre coisas bonitas (e bobas) da vida do que camisetas-bomba proferindo ódio e rancor e intolerância.

Prefiro ser alegre.