sábado, 21 de junho de 2008

Minas Gerais...

“Eu sinto muita falta de Minas.
Minas é muito melhor do que São Paulo.
Tenho muita saudade do povo de Minas.
É muito diferente, é outra cultura.
É...a cidade era pequena, então é outro convívio.
Cê passava na rua e cumprimentava todo mundo.
Todo mundo te conhece.
...Ir pra casa da vó de tarde...”

(entrevista cedida ao grupo para análise sócio-lingüística-antropológica).

O resultado foi saudade. e identificação.

e sempre...

"divagar e sempre"
Millôr

quinta-feira, 12 de junho de 2008

a palavra sem definição.



Não importa quem você amou.

Não importa quem você deixou de amar.

Não importa onde você amou;

ou onde gostaria de ter amado.

Não importa se você se machucou;

ou se demorou dias pra tomar coragem pra não se machucar.

Não importam as lágrimas, as cartas rasgadas, as fotos guardadas (pra sempre que bater aquele saudade)...

Não importam os dias de brigas, as noites mal dormidas e as confissões aos amigos.

Não importa se você era criança ou se você já era maduro.

Realmente, não importa o que aconteceu...

Importa que você amou.

E que você continue a amar; sempre.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

nostalgia, e a saudade de novo.


nostalgia é a certeza de que o que passou foi bem vivido.


é, preciso voltar às raízes.

é preciso voltar às raízes.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

eterno pra mais de quando durou...


Por Miguel Falabella



"Trancar o dedo numa porta dói.

Bater com o queixo no chão dói.

Torcer o tornozelo dói.

Um tapa, um soco, um pontapé, doem.

Dói bater a cabeça na quina da mesa,dói morder a língua,dói cólica, cárie e pedra no rim.

Mas o que mais dói é a saudade.

Saudade de um irmão que mora longe.

Saudade de uma cachoeira da infância.

Saudade de um filho que estuda fora.

Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.

Saudade do pai que morreu,do amigo imaginário que nunca existiu.

Saudade de uma cidade.

Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.

Doem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.

Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.

Saudade da presença, e até da ausência consentida.

Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.

Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade,mas sabiam-se onde.

Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.

Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é basicamente não saber.

Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.

Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.

Não saber se ela ainda usa aquela saia.

Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.

Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada;

se ele tem assistido às aulas de inglês,se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial;

se ela aprendeu a estacionar entre dois carros;

se ele continua preferindo Malzebier;

se ela continua preferindo suco;

se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados;

se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor;

se ele continua cantando tão bem;

se ela continua detestando o MC Donald's;

se ele continua amando;

se ela continua a chorar até nas comédias.

Saudade é não saber mesmo!

Não saber o que fazercom os dias que ficaram mais compridos;

não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento;

não saber como frear as lágrimas diante de uma música;

não saber como vencer a dorde um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber se ela está com outro,e ao mesmo tempo querer.

É não saber se ele está feliz,e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos.

É não querer saber se ele está mais magro,se ela está mais bela.

Saudade é nunca mais saber de quem se ama,e ainda assim doer...

Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendoe o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler."